Maceió, sob a ameaça de colapso em uma área de mineração da Braskem, comemora seu 208º aniversário nesta terça-feira (5) sem uma celebração de aniversário. A capital, conhecida por suas belas praias e turismo, está enfrentando a evacuação urgente de moradores devido ao risco de uma abertura de cratera massiva. Em menos de uma semana, o solo na região já afundou 1,80 metros, mantendo a cidade sob um aviso de “alerta máximo”.
Essa tragédia urbana em curso está transformando áreas inteiras em bairros fantasmas, um problema longe de ser resolvido, já que o solo continua afundando. Nas redes sociais, o prefeito JHC (PL) postou um vídeo explicando a razão da ausência de celebrações de aniversário, ao contrário dos anos anteriores.
A mina em risco de colapso é uma das 35 que a Braskem mantinha na região para extração de sal-gema, um mineral usado na produção de soda cáustica e PVC. Em comunicado, a empresa enfatizou que “as áreas de serviço ao redor da mina permanecem isoladas, e o monitoramento é realizado 24 horas por dia”.
De acordo com a Defesa Civil, o alerta máximo permanece em vigor porque a estabilidade no solo ainda não foi alcançada. Após o alerta, famílias que viviam ao redor de Mutange tiveram que deixar suas casas, algumas voluntariamente e outras sob ordens judiciais.
Desde que a Defesa Civil de Maceió emitiu um alerta para o colapso de uma das 35 minas de extração de sal-gema que a Braskem mantinha na região do bairro do Mutange na semana passada, o solo no local já afundou 1,80 metros. A velocidade de afundamento, que atingiu 5 cm/h logo após o alerta, agora está em 0,26 cm/h, de acordo com a medição mais recente feita na segunda-feira (4).
Em 2019, a empresa petroquímica interrompeu a mineração, identificada como a principal causa da instabilidade do solo, e paralisou as operações na fábrica de cloro-soda na cidade. A fábrica retomou as operações em fevereiro de 2021, mas agora utiliza sal importado do Chile.
A Braskem, em comunicado, destacou que “as áreas de serviço ao redor da mina 18 permanecem isoladas, e o monitoramento realizado 24 horas por dia continua sendo compartilhado com as autoridades”.