O casal de influenciadores digitais Gladison Pieri e Pamela Pavão, acusados de aplicar um golpe milionário por meio de rifas virtuais, foi liberado da prisão após decisão judicial nesta terça-feira (13). A Justiça impôs medidas cautelares aos investigados, que respondem por crimes como exploração de jogos de azar, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Segundo o TJ, a liberação do casal foi aprovada pelo Ministério Público, responsável pela ação penal. A decisão foi então acolhida pelo juiz que está analisando o caso, que permanece sob sigilo.
O casal foi alvo de uma operação policial em 6 de agosto, que visava desmantelar o esquema de rifas virtuais. Ambos enfrentam acusações de exploração de jogos de azar, crimes contra a economia popular, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Durante a operação, a polícia apreendeu um veículo BMW, que estava entre os prêmios oferecidos.
No dia da operação, Gladison Pieri foi detido por posse irregular de arma de fogo e posteriormente liberado após pagar uma fiança de R$ 100 mil. Pamela Pavão foi liberada após prestar depoimento.
Em 9 de agosto, a Justiça havia decretado a prisão preventiva dos influenciadores, alegando que continuavam realizando rifas ilegais mesmo após serem informados sobre a investigação.
Após a operação, o casal usou suas redes sociais para alegar que estavam apenas prestando esclarecimentos e que agora estariam “100% regularizados”. A Polícia Civil contesta essas afirmações, ressaltando que rifas virtuais são ilegais no Brasil, exceto em casos específicos autorizados pelo Ministério da Fazenda.
A investigação revela que, até 2023, o dinheiro das rifas era diretamente transferido para as contas do casal, prática irregular. A partir deste ano, a dupla teria contratado uma empresa de títulos de capitalização, mas, segundo a Polícia Civil, tais títulos devem estar vinculados a entidades beneficentes.
Além disso, há suspeitas de manipulação dos números sorteados e de que nem todos os prêmios eram entregues. A Polícia Civil identificou um caso em que um homem próximo ao casal ganhou o prêmio duas vezes, levantando questões sobre possíveis fraudes e favorecimentos em sorteios.