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Ex-boxeador japonês é absolvido de 4 assassinatos após quase 60 anos no corredor da morte

Divulgação/WBC

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Um ex-boxeador japonês foi absolvido nesta quinta-feira (26) em um novo julgamento que reavaliou quatro assassinatos pelos quais havia sido condenado em 1966, conforme noticiou a agência Associated Press (AP). Iwao Hakamada, de 88 anos, estava no corredor da morte há 56 anos, tendo passado 48 deles em prisão.

O Tribunal Distrital de Shizuoka reconheceu múltiplas falsificações de evidências e declarou que Hakamada não era culpado, tornando-o o quinto condenado à morte a ser considerado inocente em um novo julgamento no sistema de justiça criminal japonês desde o pós-guerra.

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O juiz presidente, Koshi Kunii, destacou que as evidências apresentadas contra Hakamada eram fraudulentas, segundo a emissora NHK. O ex-boxeador havia sido condenado pelas mortes de seu chefe, da esposa dele e dos dois filhos do casal, que foram encontrados mortos a facadas após um incêndio. Hakamada recebeu a pena de morte em 1968, mas não foi executado devido a prolongadas apelações e ao novo processo judicial.

Ele detinha o recorde de maior tempo no corredor da morte no mundo, aguardando 27 anos até que o tribunal superior negasse sua primeira apelação para um novo julgamento. Uma segunda apelação foi feita em 2008 por sua irmã, e, em 2023, após decisão favorável, foi possível reabrir o caso.

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Hakamada foi libertado em 2014, aos 83 anos, quando novas evidências indicaram que sua condenação poderia ter sido baseada em acusações fabricadas. Desde então, ele cumpriu pena em casa devido a problemas de saúde e ao baixo risco de fuga.

Durante uma audiência final em maio, os promotores solicitaram novamente a pena de morte, o que gerou críticas de grupos de direitos humanos, que argumentaram que a medida visava prolongar o julgamento. Hakamada inicialmente negou as acusações, mas acabou confessando, alegando que foi coagido por meio de interrogatório violento.

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Defensores de Hakamada afirmam que os quase 50 anos de detenção impactaram gravemente sua saúde mental, com a maior parte desse tempo em solitária, vivendo sob a constante ameaça de execução. Sua irmã, Hideko Hakamada, de 91 anos, dedicou metade de sua vida para provar a inocência do irmão e, antes da decisão de hoje, declarou que estava em uma batalha sem fim. “Não apenas Iwao, mas tenho certeza de que há outras pessoas que foram acusadas injustamente e estão chorando”, afirmou.

Um ponto crucial para a absolvição foram cinco peças de roupas manchadas de sangue, que os investigadores alegaram que Hakamada usou durante o crime e que foram escondidas em um tanque de pasta de soja fermentada. As roupas foram descobertas mais de um ano após sua prisão. Uma decisão do Tribunal Superior de Tóquio em 2023 reconheceu que experimentos científicos indicaram que roupas imersas na substância por tanto tempo escurecem, tornando as manchas de sangue invisíveis, sugerindo que as provas poderiam ter sido forjadas.

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Os advogados de defesa e decisões anteriores de novo julgamento também argumentaram que as amostras de sangue não correspondiam ao DNA de Hakamada, e que as calças apresentadas como evidência eram pequenas demais para ele.

Atualmente, o Japão e os Estados Unidos são os únicos países do G7 que mantêm a pena de morte, com pesquisas indicando que a maioria da população japonesa apoia a prática. As execuções no Japão são realizadas em segredo, e os prisioneiros não são informados de seu destino até o dia em que são enforcados. Desde 2007, o Japão começou a divulgar os nomes dos executados e alguns detalhes de seus crimes, mas essas divulgações ainda são limitadas.

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