A pandemia de Covid-19 não será mais considerada uma emergência de saúde global até o final deste ano, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta terça-feira.
Falando na Universidade de Michigan, onde recebeu a medalha Thomas Francis Jr. por sua contribuição à saúde, Tedros disse estar “ confiante de que em algum momento deste ano poderemos dizer que o Covid-19 acabou como um problema de saúde pública. emergência de interesse internacional – e como uma pandemia”.
O chefe da OMS observou que o número semanal de mortes relatadas agora é menor do que quando a organização usou pela primeira vez a palavra “pandemia” para descrever o surto de Covid-19 há três anos, em 11 de março de 2020.
Tedros enfatizou que, embora a pandemia possa terminar este ano, é importante lembrar que quase sete milhões de vidas foram perdidas para o vírus e aprender lições com o surto. “Se não o fizermos, repetiremos o ciclo de pânico e negligência que tem sido a marca registrada da resposta global a epidemias e pandemias por décadas”, disse ele.
O oficial de saúde destacou três principais conclusões da pandemia de Covid-19. O primeiro foi a importância da saúde pública. Tedros pediu a todos os países de todos os níveis de renda que invistam em um sistema de saúde primário robusto, capaz de detectar surtos nos estágios iniciais.
A segunda lição, segundo o chefe de saúde, foi a importância da ciência e os perigos de politizar questões como máscaras, vacinas e bloqueios, que acabaram “impedindo a resposta à pandemia e custando vidas”.
Ele também apontou que a questão de como a pandemia começou permanece sem resposta devido à “falta de cooperação da China” que, segundo ele, se recusou a ser transparente no compartilhamento de dados e realizar “as investigações necessárias e compartilhar os resultados”.
Por fim, o diretor-geral disse que a terceira lição foi a importância da cooperação. Tedros afirmou que uma das características definidoras da pandemia de Covid-19 foi a falta de cooperação e coordenação por parte da comunidade internacional devido ao “nacionalismo estreito”.
Para esse fim, a OMS propôs o chamado ‘acordo pandêmico’ – um acordo entre as nações para trabalhar em cooperação umas com as outras para se preparar e responder a futuras epidemias e pandemias.