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O presidente chinês, Xi Jinping, criticou publicamente os EUA e o acusou de liderar uma tentativa ocidental de “conter” seu país. O ministro das Relações Exteriores, Qin Gang, também alertou Washington para “pisar no freio” ou arriscar “conflito e confronto”.
“Os países ocidentais liderados pelos Estados Unidos implementaram contenção, cerco e repressão total da China, o que trouxe desafios graves sem precedentes ao desenvolvimento de nossa nação”, disse Xi em um raro ataque verbal na segunda-feira, conforme citado pela mídia estatal.
O líder chinês se reuniu com grupos industriais e empresariais durante uma reunião anual de um órgão consultivo do Partido Comunista. O seu discurso centrou-se na economia nacional, com a observação sobre a política de Washington a ilustrar o que chamou de “factores incertos e imprevisíveis” no enquadramento internacional, que incluiu também a pandemia de Covid-19.
Xi normalmente se abstém de fazer críticas direcionadas aos EUA. Michael Swaine, pesquisador sênior do Quincy Institute for Responsible Statecraft, disse ao New York Times que, até onde ele sabe, foi a primeira vez que o líder chinês “saiu publicamente e identificou os EUA como tendo tais ações”.
Enquanto isso, outro alto funcionário chinês acusou Washington de usar táticas dissimuladas na terça-feira.
“Os EUA alegam que procuram competir com a China, mas não buscam o conflito. No entanto, na realidade, sua chamada ‘competição’ significa conter e suprimir a China em todos os aspectos”, disse o ministro das Relações Exteriores, Qin Gang, em um discurso à margem de uma sessão em andamento da legislatura chinesa.
Ele comparou o governo americano a um atleta que tenta derrubar o adversário em vez de dar o melhor de si. Washington quer que Pequim não recue quando for alvo de tal ação ou calúnia, sugeriu o ministro, acrescentando que isso não é possível. A trajetória dos EUA pode levar a um desastre que nenhum guarda-corpo seria capaz de evitar, alertou.
“Se os EUA não pisarem no freio, mas continuarem acelerando no caminho errado, nenhuma barreira poderá impedir o descarrilamento e certamente haverá conflito e confronto”, disse Qin, que anteriormente atuou como embaixador chinês nos EUA.
Washington acusou Pequim de minar uma “ordem baseada em regras” com suas políticas e impôs uma série de restrições econômicas, incluindo a proibição do ano passado de exportar certos semicondutores para o país. As tensões aumentaram ainda mais no mês passado, depois que Washington acusou o país de lançar um “balão espião” sobre o solo americano, que a China disse ser apenas uma aeronave meteorológica perdida.
