Pesquisadores da Universidade de Oregon estão fazendo ondas no mundo da ciência marinha com uma descoberta que poderia revolucionar a forma como concebemos veículos subaquáticos. Estudando as misteriosas salpas, criaturas gelatinosas que se assemelham a águas-vivas, uma equipe liderada pela professora associada de biologia Kelly Sutherland desvendou os segredos por trás de sua incrível habilidade de nadar em formas de parafuso usando propulsão a jato coordenada.
Em um estudo recentemente publicado na renomada revista Science Advances, os pesquisadores descreveram como as salpas, que migram todas as noites das profundezas do oceano até a superfície, realizam essa jornada épica. Equipados com sistemas de câmeras 3D especializados, a equipe conseguiu capturar o espetáculo gracioso e coordenado desses organismos planctônicos em ação. “Esta é a maior migração do planeta que acontece todas as noites, e nós finalmente conseguimos desvendar os segredos por trás dessa incrível façanha”, diz Sutherland. “Ao observar as salpas em seu habitat natural, fomos inspirados por sua mecânica de fluidos inovadora, o que poderia ter implicações significativas para o design de futuros veículos subaquáticos.”
Embora as salpas se assemelhem a águas-vivas, elas são, na verdade, mais intimamente relacionadas a vertebrados como peixes e humanos. Essas criaturas oceânicas, que podem viver tanto como indivíduos solitários quanto em colônias, possuem uma técnica de natação única que intrigou os pesquisadores. Ao contrário de muitos microorganismos que se movem batendo na água com projeções capilares, as salpas nadam por meio de propulsão a jato, utilizando bandas musculares contráteis semelhantes às da garganta humana para criar impulso. “O que as tornam tão fascinantes é a forma como elas coordenam seus movimentos, criando uma cadeia inteira que se move suavemente através da água”, explica Alejandro Damian-Serrano, professor adjunto de biologia na UO.
“Essa descoberta não apenas lança luz sobre a biologia dessas criaturas oceânicas, mas também poderia abrir novos caminhos na engenharia de veículos subaquáticos.” Os pesquisadores estão agora explorando como podem aplicar essas descobertas no campo da robótica oceânica. A capacidade das salpas de nadar de forma eficiente e silenciosa sugere que os engenheiros podem criar veículos subaquáticos maiores e mais eficientes, economizando combustível e reduzindo a turbulência. “Este estudo não apenas revela uma nova maneira de nadar no reino marinho, mas também levanta uma série de novas questões que precisam ser exploradas”, conclui Sutherland. “Estamos apenas começando a arranhar a superfície do que poderia ser uma descoberta transformadora para a ciência oceânica e a engenharia subaquática.”
