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O primeiro grupo de 229 brasileiros repatriados do Líbano chegou ao Brasil nesta segunda-feira, 7 de outubro, um dia após desembarcar em Guarulhos, São Paulo. As 51 pessoas que foram hospedadas gratuitamente em um hotel em São Paulo, com alimentação culturalmente adequada, foram levadas a Foz do Iguaçu (47), Curitiba (2), Belém (1) e Uberlândia (1).
Essa ação foi viabilizada por meio de uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras).
No dia 6 de outubro, data da chegada do voo, três pessoas embarcaram para o Rio de Janeiro e duas para Florianópolis. O diretor de Proteção Social Especial do MDS, Regis Spíndola, informou que, em Foz do Iguaçu, foi organizado um ato de recepção para os 47 repatriados, em colaboração com a prefeitura da cidade, o governo do Paraná e a comunidade libanesa local. Spíndola também destacou que nenhuma das famílias apresentou necessidade de acolhimento em abrigos, afirmando que o Comitê Gestor está acompanhando a situação e que o MDS esteve presente no evento de recepção em Foz. As demais pessoas que chegaram do Líbano foram acolhidas por suas famílias em Guarulhos e seguiram com elas para outras cidades do estado.
Ao chegarem ao Brasil, as famílias são recebidas por equipes especializadas do MDS e da Agência da ONU para as Migrações (OIM), que atendem às demandas imediatas e avaliam se têm redes de proteção familiar ou social no país. Também é determinado seu destino final e a necessidade de acolhimento em abrigos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) ou em hospedagem temporária até a viagem. Além disso, o receptivo oferece outros atendimentos realizados pelas equipes da Agência da ONU para os Refugiados (Acnur), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), e da Força Nacional do SUS (Forsus), ligada ao Ministério da Saúde (MS). Os trâmites migratórios são realizados junto à Polícia Federal e à Receita Federal.
A chegada do primeiro voo foi acompanhada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na Base Aérea de São Paulo. O voo priorizou a repatriação de mulheres, idosos e crianças, incluindo dez bebês. O esforço envolveu equipes do Ministério das Relações Exteriores em Brasília, da Embaixada do Brasil em Beirute e a ação operacional da Força Aérea Brasileira (FAB).
Cerca de três mil brasileiros já solicitaram repatriação ao governo, que criou a Operação Raízes do Cedro, sob comando dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores, com apoio do MDS, da OIM e do governo de São Paulo. Atualmente, aproximadamente 21 mil brasileiros residem no Líbano.
Na terça-feira, 8 de outubro, o segundo grupo de brasileiros e familiares resgatados da zona de conflito no Líbano desembarcou na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, totalizando 227 passageiros, incluindo 49 crianças, sete delas de colo, além de três animais domésticos. Com isso, a Operação Raízes do Cedro totaliza 456 pessoas e seis animais retirados do Líbano.
Após deixar os passageiros em solo brasileiro, a aeronave KC-30 do Governo Federal decolou da Base Aérea de São Paulo, às 12h25 (de Brasília), rumo a Beirute, onde realizará a terceira missão de busca por brasileiros e familiares. O voo fará uma parada técnica em Lisboa, Portugal.
A Operação Raízes do Cedro foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em resposta ao intensificação do confronto entre Israel e o grupo Hezbollah, que atua no Líbano. A logística da repatriação envolve o uso de aeronaves e servidores da Força Aérea Brasileira, além de um intenso trabalho de articulação do Itamaraty.
