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Coculturas, A Revolução do Compartilhamento Cultural Entre Espécies Animais

Foto: Divulgação

### Introdução às Coculturas: A Conexão Cultural Entre Espécies Animais

A cooperação na caça, o compartilhamento de recursos e o uso de sinais comuns para comunicar informações são exemplos notáveis de cocultura observados entre espécies animais distintas. Em um artigo de opinião publicado na revista *Trends in Ecology & Evolution* em 19 de junho p.p., pesquisadores introduziram o termo “cocultura” para descrever essas interações culturais compartilhadas. Ao contrário da simples observação e imitação de uma espécie por outra, as coculturas envolvem influências mútuas significativas entre espécies.

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“A cocultura desafia a noção de cultura espécie-específica, ressaltando a complexidade e a interconexão das sociedades humanas e animais, e entre as sociedades animais”, afirmam os autores, Cédric Sueur, ecologista comportamental do Institut Pluridisciplinaire Hubert Curien (IPHC) da Université de Strasbourg-CNRS e do Institut Universitaire de France, e Michael Huffman, primatologista da Universidade de Kyoto e da Universidade de Nagasaki.

Segundo os pesquisadores, essas interações interespécies resultam em adaptações comportamentais e preferências que representam uma forma de evolução convergente. Coculturas foram observadas entre humanos e animais não humanos, como na relação entre humanos e meleiros na Tanzânia e em Moçambique, onde aves guiam humanos a ninhos de abelhas. Exemplos de cocultura também incluem a caça cooperativa entre corvos e lobos, falsas orcas e golfinhos-nariz-de-garrafa, e o compartilhamento de sinais entre diferentes espécies de micos. Os pesquisadores sugerem que esse compartilhamento cultural pode impulsionar a evolução.

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Comportamentos culturais que melhoram a sobrevivência ou o sucesso reprodutivo podem levar a mudanças nos hábitos populacionais que, ao longo do tempo, podem influenciar a seleção genética. Para aprofundar a compreensão das coculturas, os estudiosos propõem investigações sobre animais selvagens em ambientes urbanos. “Os animais urbanos modificam seus comportamentos, aprendizado e habilidades de resolução de problemas para lidar com os desafios urbanos, refletindo uma resposta dinâmica às paisagens urbanas”, escrevem os pesquisadores. 

“Da mesma forma, os humanos alteram seus espaços urbanos, influenciando o comportamento e a evolução da vida selvagem. Essa adaptação recíproca entre humanos e animais selvagens é fundamental para entender a cocultura.” Pesquisas futuras também devem examinar a possibilidade de coevolução cultural e genética, explorando como as adaptações culturais influenciam a evolução genética e vice-versa em diferentes espécies e ambientes. “No contexto da cocultura, como as adaptações culturais influenciam a evolução genética, e vice-versa, em diferentes espécies e ambientes?” é uma das questões-chave a serem investigadas.

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