Brasil

Tem certeza, presidente?

— Aqui está sua agenda de hoje, presidente.
— É só isso aqui que tem pra fazer hoje?

— É,  sim, presidente.
— Mas e no tocante às treta? Não tem treta?

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— Ahm, hoje não temos nenhuma treta programada, presidente.
— Mas tem que ter treta. Se não tem treta fica muito chato isso aí, talquêi?

— Pois é, presidente, mas é que…
— Bem que eu queria fazer o ministério da treta. Mas o Paulo Guedes não deixou.

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— Entendo, presidente, mas…
— Se tivesse ministério da treta, eu já colocava logo o Carluxo lá e ia ser uma beleza. Rá. Rá. Rá.

— Tenho certeza de que seria ótimo, presidente, mas…
— O Carluxo ia me arrumar um monte de treta.

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— Com toda certeza, presidente.
— É que eu tenho que agitar meu gado todo dia, por isso precisa de treta.

— Sim, nós já compreendemos, presidente.
— Se não tem treta, o gado fica jururu. Não tem o que fazer. Não arruma briga na internet. Não inventa réchi-tégui no Twitter.

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— Pois é, presidente.
— Mas se tem treta, o gado fica feliz. Porque aí eles passam o dia inteiro na internet me defendendo, talquêi? Rá. Rá. Rá.

— É verdade, presidente.
— Eu amo meu gadinho. Muuuuu. Muuuuu.

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— Compreendo, presidente.
— Faz também. Muuuu. Muuuu. Faz aí. Faz aí.

— Ahm, como, presidente?
— Coloca os dedinhos do lado da cabeça assim, ó. Faz chifrinho.

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— Ahm, assim presidente?
— Isso. Agora faz. Muuuu. Muuuu.

— Muuuu. Muuuu.
— Rá. Rá. Rá. Muuuu. Muuuu. Eu amo meu gadinho.

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— Mas então, presidente, sua agenda…
— Eu quero uma treta, precisa dar um jeito no tocante a isso aí.

— Bom, presidente, o senhor já arrumou bastante briga com a imprensa essa semana.
— É, com a imprensa eu já enjoei.

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— Faz tempo que o senhor não arruma encrenca com o Maia, presidente.
— Não, não. Com o Maia, não. O gordinho tá feliz, aprovou o negócio lá da previdência. Trabalhou direitinho naquela cuestão.

— Entendo, presidente.
— Não vou arrumar treta com ele agora, não.

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— Perfeitamente, presidente.
— Aliás, olha só: tive uma ideia.

— Tenho certeza de que é uma ótima ideia, presidente.
— Escreve uma carta pro Maia.

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— Uma carta, presidente?
— Isso. Escreve uma carta de agradecimento em nome da Presidência.

— Perfeitamente, presidente.
— Elogia bastante. Fala que o presidente agradece em nome do povo brasileiro. 

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— Entendido, presidente.
— Aí dá um jeito de vazar pra imprensa, talquêi?

— Talquêi. Digo, perfeitamente, presidente.
— E entrega lá pra ele.

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— Faremos isso, presidente.
— Entrega a carta lá pra ele, acompanhada de um x-salada. Fala que foi presente meu, talquêi? Rá. Rá. Rá.

— Vamos providenciar, presidente.
Mas eu continuo sem treta. Tem que ter treta. Tem que ter treta.

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— Bem, presidente, tem o STF.
— Ih, o que é que tem o STF?

— Parece que eles estão dando sinais de que querem derrubar o procurador.
— Hum, sei.

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— E pode respingar no seu ministro.
— Hum, que mais?

— E o Gilmar praticamente deu foro privilegiado ao jornalista Gegê.
— Mas esse Gilmar é um filho da p☠☠a mesmo, hein?

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— Verdade, presidente. Digo, se o senhor está dizendo é verdade, presidente.
— Mas eu não quero treta com o STF, não.

— Certo, presidente.
— Porque tem o negócio do Flavinho lá.

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— Entendo, presidente.
— Flavinho, meu garoto.

— Sim, presidente.
— E o Toffoli deu aquele negócio lá, que não pode investigar no tocante àquela história lá.

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— Compreendido, presidente.
— Eu até falei outro dia que o Toffoli era gente nossa.

— Eu me lembro, presidente.
— Então não vou querer treta com o STF, não, talquêi?

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— O senhor é quem sabe, presidente.
— Deixa quieto o STF lá.

— O senhor manda, presidente.
— Olha só, como são as coisas…

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— O que, presidente?
— Eu falei que o advogadinho do PT era gente nossa.

— Sim, presidente…
— E nem assim meu gadinho ficou magoado!

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— Pois é, presidente.
— Só os isentão ficaram lá enchendo o saco.

— Nós vimos, presidente.
— Mas meu gadinho passou o paninho! Rá. Rá. Rá.

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— Verdade, presidente.
— Muuuu. Muuuu.

— Então, presidente…
— Eu amo meu gadinho.

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— Compreendo, presidente.
— Então tem que ter alguma treta. Meu gadinho se alimenta de treta.

— Sim, presidente…
— Já sei!

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— Já, presidente?
— Tive uma ideia!

— Tenho certeza de que é outra ideia excelente, presidente.
— A gente tem aí o telefone da viúva do Ustra?

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— Não sei, mas podemos providenciar, presidente.
— Então chama a véia aqui.

— Chamar aqui, presidente?
— Isso. Manda buscar a véia. Marca um almoço.

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— Tem certeza, presidente?
— Aí eu vou na reportaiada que fica acampada aí na frente e digo que o Ustra é um herói nacional.

— O senhor tem mesmo certeza, presidente?
— Rá. Rá. Rá. Vai ter até réchi-tégui Ustra-Herói-Nacional! Quer apostar?

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— Quem sou eu pra duvidar do senhor, presidente?
— Eu ganhei, po☠☠a. Agora vão ter que me aguentar.

— Verdade, presidente.
— Liga pra véia aí, talquêi?

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— Faremos isso imediatamente, presidente.
— Muuuuu. Muuuuu.

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