Brasil

Esquerdílson e a MP da liberdade econômica

— Ainn! Olha esse absurdo!
— O que é que foi, Esquerdílson?

— O Bozo! Agora vai obrigar a gente a trabalhar aos domingos!
— Quem foi que te falou isso?

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— Ué, eu vi aqui, no Twitter do deputado do PSOL.
— Esquerdílson, vem cá, senta aqui.

— Fala.
— Se é domingo e você quer um pãozinho pro café da manhã, o que você faz?

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— Hein?
— Domingo. Café da manhã. Pãozinho. Quer que desenhe?

— Eu vou na padaria, ué.
— Sei. E se seu time perde e te dá uma dor de cabeça no domingo à noite? E você precisa de uma dipirona?

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— Dããã. Vou ali na farmácia.
— Certo. E se é domingo e você quer sair de rolê com a sua mina?

— O que é que tem?
— Cineminha?

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— Pode ser.
— O shopping está aberto, o cinema está aberto, estão lá o cara da bilheteria, o da projeção, o que vende aquela pipoquinha cara?

— Hum.
— Pode ser outra coisa, restaurante, balada, botequim, motelzinho. Não pode?

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— Aham.
— Mas pode ser que esteja frio e chovendo no domingo à noite. Você pede uma pizza?

— Uhum.
— Alguém faz a pizza pra você e alguém leva a pizza até portaria do prédio?

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— É.
— E o porteiro, que está lá, interfona, gritando “Seu Esquerdiço, chegô a pítiça”?

— É, mas…
— Não, espera. Supondo que você acordou cedo no domingão e está aquele sol. E te dá vontade de fazer um bate-e-volta na Praia Grande, só pra dar um tchibum.

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— O que é que tem isso?
— A estrada está aberta?

— Tá.
— Tem polícia, o pessoal da concessionária, o povo do pedágio?

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— Uhum.
— Chegando lá, tem quiosque aberto, cervejinha, peixinho frito?

— Tem.
— De repente, até uma duplinha sertaneja cantando umas modas tem, né?

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— Tem.
— Mas supondo que o peixinho não estivesse muito bom e te desse um piriri, tem pronto-socorro?

— Aham.
— E após ser liberado no pronto-socorro, como você está numa noite de domingo de muito azar, seu carro quebra na subida da serra.

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— Pô, cara, assim já é demais.
— Você pega o celular e, olha só!, sua operadora está operando em pleno domingo!

— Tá, tá.
— E você chama o socorro da seguradora e o cara vai te acudir.

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— Aham …
— Vem cá, Esquerdílson.

— Fala.
— Por que você nunca reclamou desse mundaréu de gente trabalhando pra você poder curtir seu domingo?

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— Não, mas veja bem…
— E eu nem falei de supermercado. Feira livre. Parque público. Museu. Teatro. Bombeiro. Metrô. Busão. Táxi. Uber. Engenharia de tráfego.

— Ah, cara, não tô mais a fim desse papo, vou embora, quero ver o Fantástico.
— Ué, mas no seu mundo não pode funcionar TV de domingo, né?

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— Não me amola.
— Nem TV, nem rádio. Aliás, nem internet pra você curtir post do deputado do PSOL, hein?

— Tô indo, tchau.
— Você não acende uma lâmpada, não abre uma torneira se não tiver alguém trabalhando pra você, Esquerdílson!

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— Fascista!
— Fascista era a Carta del Lavoro!

— Que poa é essa?
— Era a mãe da CLT, desses “direitos” que você gosta tanto.

— Não sei do que você tá falando, vou embora.
— Mas, ó: tem alguém que com toda certeza não trabalha aos domingos!

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— Quem?
— O seu deputadinho do PSOL!

— Fui!
— Procura por ele na piscina do Copacabana Palace!

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