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Doria autoriza decreto que pode inflar registro de vítimas do coronavírus

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O governador de São Paulo, João Doria, autorizou, pelo decreto 64.880 do governo de São Paulo e em resolução da Secretaria Estadual da Saúde, que médicos que atuam nas ambulâncias de SAV do Samu e os do Grau passarão a atestar mortes naturais, indefinidas e causadas pela Covid-19 ocorridas fora dos hospitais. Medida foi publicada na sexta-feira (20).

Os profissionais do Samu foram avisados sobre a nova função em reuniões ocorridas nesta semana com a coordenação do serviço. O Samu, assim que iniciar na função, examinará o corpo, fará o teste para Covid-19, se necessário, e preencherá uma autópsia verbal, que ficará no serviço.

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O decreto delega às secretarias de Saúde e de Segurança Pública de São Paulo a adoção de medidas necessárias para que as atividades de manejo de corpos e de necrópsias, no contexto da pandemia do Covid-19, não constituam ameaça às equipes de saúde e à população, além de dar carta branca para a tomada de decisões por parte dos secretários.

“Uma vez que o médico do Samu não fará uma autópsia completa, se for obrigado a emitir o atestado deverá colocar como causa da morte apenas o provável, o que pode levar tanto a uma supernotificação como a uma subnotificação de mortes pela Covid-19. De qualquer forma, ainda que se faça teste nos casos de morte possivelmente por coronavírus, as demais causas serão subnotificadas”, afirma um médico que preferiu não se identificar.

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“Isso destrói as estatísticas usadas para políticas de gestão em saúde. Os falecimentos por infarto, derrame, aneurisma, etc. serão classificados como causa indeterminada ou Covid-19”.

Com informações de FOLHAPRESS

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