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Por João Eduardo Reymunde
Quando situações como essa ocorrida num hipermercado, ou em qualquer outro lugar, onde uma discussão leva à morte, escancarando a banalização da vida, todos nós, independente da raça, cor ou convicção política, temos que parar e pensar, ou talvez pensar e parar! Por todos os ângulos que possam ser analisados o triste fato ocorrido, não tem justificativa, que dirá aceitação! Mas, é necessário buscar entender o todo, para que nunca mais se repita!
Não pode haver regra ou exceção tolerada quando pessoas perdem a vida de forma violenta! Trabalhei na formação de policiais em uma das áreas mais sensíveis, o dessistema (pois, sistema nos leva a pensar algo organizado) penitenciário, onde, rompendo com a “tradição violenta”, busquei à exaustão o binômio – utilização progressiva da força (e suas consequências) e direitos humanos, entre outras formas de humanização dos servidores, promovendo capacitação com responsabilidade!
Mesmo que se prove que a prevenção à violência é, no mínimo 18 vezes mais econômica do que outras formas de combate à violência e à criminalidade, além de diferenciar que a prevenção é investimento e combate é custo, o governo cede e gasta mais no combate (e gasta mal) que na prevenção ou na precaução (medida anterior à prevenção que visa a evitar um mal). Umas das melhores formas de evitarmos situações trágicas, é investir na capacitação, no treinamento rigoroso e permanente dos agentes da área da segurança pública e privada. Deve ser ensinado e treinado as diferentes formas de conter a violência e suas consequências pelo excesso.
Mas, infelizmente, a capacitação, o treinamento e o aprimoramento, na ordem de cortes por parte dos governos, são sempre os primeiros. Porém, fica evidente que a falta destes, são os mais caros, pois cobram a manutenção da vida.
Afirmo, se houvesse o interesse de se investir na qualificação e treinamento permanente, esse bárbaro assassinato poderia ser evitado. O governo busca responsabilizar os envolvidos diretos, e só eles, tirando de si a sua reponsabilidade. O João perdeu a vida. A família, perdeu o João. A sociedade foi desrespeitada. E continua sendo, no momento em que se noticia, de modo preconceituoso, que a vítima tinha antecedentes criminais. Um trágico fato carregado de preconceito e imperícia desde o ato e até os discursos. Perdemos todos nós!
Por João Eduardo Reymunde é professor Municipal de sociologia de Poa, Sociólogo (Ufrgs), Pós graduado em Segurança Pública e Cidadania (Ufrgs), Pós graduado em Educação (Ufrgs) e Mestrando em Segurança Cidadã (Ufrgs), Ex-Diretor da Acadepen RS.