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Ao menos 25 pessoas foram presas pela Polícia Federal (PF) dentro da Operação Lobos 2, que investiga suspeitos de abuso sexual de crianças e de adolescentes e de produzir, divulgar e armazenar pornografia infantil.
Além disso, de acordo com a PF, três vítimas de violência sexual, todas com menos de 18 anos, foram resgatadas nesta sexta-feira (3).
“Toda vez que a gente tem a identificação de uma criança em um ambiente de exploração e vê que essa criança está no ciclo íntimo familiar do abusador, a gente chama os órgãos de apoio para dar o suporte. E eram crianças do vínculo familiar desses alvos [as resgatadas]”, disse a delegada federal Rafaella Parca.
O g1 questionou se eram, de fato, apenas crianças resgatadas ou se havia adolescentes, mas a PF informou que não poderia divulgar qualquer informação que viesse a identificar as vítimas. A operação foi o resultado de um trabalho coletivo de forças policiais do Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Alemanha, Portugal, Itália, Noruega, França e Áustria.
Apesar de não entrar em detalhes sobre os resgatados hoje, Rafaella Parca afirmou que as investigações realizadas em conjunto ao longo dos últimos anos apontam para vítimas de abuso cada vez mais jovens.
“Percebemos cada vez crianças mais novas. Até 11, 12 anos. Muitas crianças de 0 a 5 anos. Isso também por conta da dificuldade da criança entender uma situação de abuso e conseguir denunciar”, disse a delegada federal.
Foram efetuados 18 prisões em flagrante efetuadas e sete de oito mandados de prisão cumpridos. A PF informou não iria divulgar em quais locais foram efetuadas as prisões e resgates. Ao menos uma das prisões ocorreu no Espírito Santo e outra em Pernambuco.
“Tratando-se de investigação dessa natureza, é até complicado a gente apontar qual o município em que houve a prisão porque são medidas mais gravosas [vexatório] e pode resultar, inclusive, em danos a familiares e pessoas mais próximas dos alvos”, disse o delegado federal Márcio Tenório.
Um dos homens mais procurados do mundo devido à produção de pornografia infantil foi preso em 2019 em uma fase anterior da operação, que não foi divulgada, informou a PF nesta sexta.
“Os sites que esse indivíduo organizava e fomentava estavam espalhados pelo mundo. […] Essa produção de material era uma das mais relevantes a se combater no mundo. Era um dos alvos prioritários de várias polícias internacionais na temática de pornografia infantil”, declarou o delegado federal Cléo Mazzotti.
A partir dessa prisão, a polícia chegou aos alvos desta sexta e apreendeu vários computadores, aparelhos celulares, brinquedos e roupas de bebês. Entre os alvos dos mandados de prisão nesta sexta, segundo a PF, estavam pessoas que montaram outros sites para manter a produção e compartilhamento de cenas de abuso sexual.
Nesta sexta, foram cumpridas 104 ordens judiciais de busca e apreensão, distribuídos em 55 cidades de 20 estados(confira mais abaixo) e no Distrito Federal. A partir desses mandados, foram realizadas as 18 prisões em flagrante.
“A grande maioria dos mandados foram em residências. Mas temos também em locais de trabalho, por exemplo escritório de advocacia de um advogado”, disse o delegado federal Renato Cintra.