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A fabricante brasileira de aviões Embraer disse nesta terça-feira (4) à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que deve realizar estudos sobre a eventualidade de a tecnologia móvel 5G interferir em sistemas de aviação do País.
A expectativa é que o estudo não afete o cronograma de implementação das redes de 5G no país, previsto para começar até o fim do primeiro semestre deste ano.
O tema já vem sendo inspecionado desde o ano passado pela Anatel e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em razão das discussões sobre o tema no exterior, em especial nos Estados Unidos. A Anatel, que ainda investiga os questionamentos apresentados pela Embraer e de que forma acompanhará os ensaios da empresa, não prevê qualquer alteração nos prazos de implantação das redes móveis de quinta geração no Brasil em função dos estudos.
O alerta sobre a interferência do 5G veio dos Estados Unidos, em dezembro do ano passado. Na ocasião, duas das maiores fabricantes das aeronaves do mundo solicitaram ao governo dos EUA para adiar o lançamento de novos serviços de telefonia 5G, após a suposta interferência nos componentes eletrônicos. Segundo as companhias, o risco seria maior devido à largura da faixa adotada para a Banda C do 5G, indo até 3,98 GHz.
À vista disso, as análises brasileiras devem considerar as diferenças entre os sistemas no Brasil e nos Estados Unidos e realizar testes conforme as realidades locais.
Segundo a Anatel, a principal faixa para a implantação das redes do 5G envolvida no debate é a de 3,5 GHz, que no Brasil corresponde à faixa de 3.300 a 3.700 MHz. Espectro que é localizado em frequência inferior à faixa usada nos Estados Unidos, de 3.700 a 3.980 MHz.
As autoridades americanas pediram neste sábado (01/01) às principais operadoras de telecomunicações dos Estados Unidos que suspendam por mais duas semanas a implementação da rede móvel de internet 5G, em meio a preocupações com a segurança dos voos.
O secretário de transporte americano, Pete Buttigieg, e o chefe da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), Steve Dickson, solicitaram o atraso em carta à AT&T e à Verizon, duas das maiores operadoras do país.
Eles pediram um adiamento “por um curto período adicional de não mais de duas semanas”. As duas empresas disseram que estão analisando o pedido.
O lançamento havia sido planejado originalmente para 5 de dezembro, mas foi adiado para 5 de janeiro depois que as gigantes da aviação Airbus e Boeing levantaram preocupações sobre a potencial interferência do 5G nos dispositivos que os aviões usam para medir a altitude. A faixa de frequências usada por ambas as tecnologias é a mesma.