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Nesta segunda-feira (10), a Fiocruz inicia a produção da vacina 100% nacional contra a Covid-19. Na última sexta-feira (07), a Anvisa deu o aval para o uso do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) nacional na produção de vacinas contra o novo coronavírus produzidas pela fundação.
Inicialmente, 20 milhões de doses do imunizante serão entregues ao Ministério da Saúde. A fábrica está preparada para produzir um milhão de doses por dia.
O processo de elaboração da vacina começa com o descongelamento da matéria-prima, que estava preservada à espera da aprovação. Esse procedimento demora três dias para ser concluído.
A previsão é de que o processo todo, que vai desde a produção até o controle de qualidade, demore cerca de 20 dias. Ou seja, a finalização deve ocorrer ainda no mês de janeiro, de modo que as primeiras entregas sejam feitas entre os dias 1º e 4 de fevereiro.
A Fiocruz espera os resultados de experimentos científicos feitos no Reino Unido para saber se conseguirá usar a fórmula para vacinar crianças e adolescentes.
Os cientistas também querem verificar se a vacina terá algum tipo de adaptação para imunizar a população contra a variante Ômicron.
No Brasil já há estudos clínicos com novas formulações da vacina da AstraZeneca –que, por aqui, é feita pela Fiocruz. É possível que as respostas venham num futuro próximo.
O vice-presidente de Produção e Inovação da Fiocruz, Marco Kriger, estima que, se uma nova fórmula for mais potente, essa sinalização deve vir em fevereiro. Em março, portanto, já seria possível produzir uma vacina ajustada com IFA nacional.
Até lá, são conduzidos estudos clínicos, de segurança e equivalência de resposta imune com a atual formulação e novos formatos da vacina. A fundação espera ainda a resposta dos testes científicos em Oxford para entender qual o impacto da vacina em crianças e adolescentes.
Em entrevista à CNN Brasil, a presidente da fundação, Nísia Trindade, confirmou a expectativa: “A AstraZeneca no Reino Unido vem realizando estudos clínicos para a vacina pediátrica, então estamos aguardando essa conclusão. É uma possibilidade”.
Com isso, está no radar da Fiocruz a ampliação da entrega de vacinas ao Ministério da Saúde caso o sinal da Europa seja positivo. Hoje o compromisso é de 120 milhões de doses no primeiro semestre entregues à pasta.
Krieger afirma que a fundação tem capacidade para chegar a 300 milhões de doses entregues ao longo de 2022. Isso significaria dobrar a produção, já que durante todo o ano de 2021, foram remetidas ao governo federal 153,2 milhões de doses.