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PF faz operação contra quadrilha que leva brasileiros para os EUA

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A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 4/2, a Operação Cristo Rey, com o objetivo de desmantelar uma associação criminosa dedicada à prática de crimes de promoção de migração ilegal e falsificação de selo ou sinal público. 

Estão sendo cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Barra de São Francisco/ES e um outro na cidade de Central de Minas/MG.  

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O principal investigado nesta operação teve que entregar seu passaporte aos policiais e também foi cientificado da imposição pela Justiça Federal de Colatina de medida cautelar diversa da prisão, consistente na aplicação de uma fiança no valor de 50 salários mínimos.

O montante deverá ser recolhido por meio de depósito judicial, no prazo de 48 horas, devendo informar o pagamento à Justiça e, no caso de descumprimento, será expedido mandado de prisão em seu desfavor.

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A ação contou com a participação de aproximadamente 16 policiais federais e teve como objetivo, além do cumprimento das ordens judiciais, a obtenção de novos elementos de prova para a conclusão das investigações.

ENTENDA O CASO

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Em meados do ano passado, a Polícia Federal recebeu a notícia de que haveria uma agência de viagens no Município de Barra de São Francisco que atuaria como intermediária entre pessoas interessadas em imigrar para os Estados Unidos e “coyotes” que atravessariam ilegalmente essas pessoas na fronteira do México.

Os valores cobrados girariam em torno da quantia de US$ 25 mil e cobririam todo o processo de movimentação migratória, incluindo a confecção e retirada de passaporte em São Paulo, passagens com embarque a partir daquela cidade e chegada aos Estados Unidos sem sobressaltos alfandegários. Para impressionar, os contratos celebrados entre a agência de turismo e os interessados traziam os símbolos da Polícia Federal.  

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No curso da apuração preliminar, houve intensa cooperação dos policiais federais com o Oficialato de Ligação da PF em El Paso/Texas, com a unidade de inteligência da US Border Patrol, além da Adidância da PF em Washington.

Foram realizadas várias diligências, incluindo a coleta de inúmeros dados de interesse para a investigação, tais como valores cobrados, pessoas envolvidas no exterior, locais de embarque e permanência da migrantes e estratégias para a entrada ilegal no país norte-americano.

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Chamou à atenção dos investigadores a existência de advogados americanos contratados para atuarem nos processos dos migrantes eventualmente detidos e das possibilidades de manipulação das regras migratórias americanas no intuito de se adentrar naquela país.

CRIMES INVESTIGADOS

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Os investigados poderão responder pela prática do delito de promoção de migração ilegal (art. 232-A do Código Penal), associação criminosa (art. 288 do Código Penal) e fabricação de selo ou sinal público (art. 296 do Código Penal), podendo a pena chegar a 14 anos de reclusão.

RAZÃO DO NOME

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O nome da operação é uma alusão ao monte (foto anexa) de mesmo NOME que interrompe o curso do muro que separa os Estados Unidos do México na cidade fronteiriça de El Paso/Texas.

A área é de propriedade da igreja católica que não permitiu que o muro fosse instalado sobre o local e que, em razão disso, é muito explorado pelos “coyotes” que operam no deserto que cobre toda a região.

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ESPÍRITO SANTO É TERCEIRO ESTADO EM NÚMERO DE MIGRANTES ILEGAIS

O número de brasileiros tentando ingressar ilegalmente nos Estados Unidos disparou em 2021. Estima-se que 150 brasileiros foram detidos diariamente pelas agências policiais americanas no ano passado, chegando a quase 5000 por mês. Não há dados que indiquem quantos brasileiros conseguiram realizar a travessia organizada por grupos criminosos conhecidos por “coyotes”.

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No ano fiscal norte-americano de 2018, foram documentadas 1.589 apreensões de brasileiros que ingressaram ilegalmente no país.

 

 No ano fiscal de 2019, esse número saltou para 17.890 apreensões.

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 Em relação ao ano fiscal de 2020, em razão da pandemia do COVID-19, o número de apreensões de brasileiro diminui, totalizando 7.014 casos.

Com a flexibilização das restrições, no ano fiscal de 2021, foi registrado o recorde de apreensões de brasileiros, contabilizando então no mês de setembro, o assustador número de 78.842 casos.

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Os capixabas compõem o terceiro maior grupo nesse universo de detidos, atrás somente dos Estados de Minas Gerais e Rondônia.

A Polícia Federal alerta que, apesar da mudança no governo americano, as regras migratórias americanas não foram flexibilizadas. A travessia ilegal pela fronteira mexicana, além de cara, é perigosa e traz riscos inúmeros às pessoas.

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Além disso, as organizações criminosas dedicadas a esta atividade não têm nada a perder. Há inúmeros relatos de agressão, estupros, furtos e até mesmo abandono dessas pessoas no deserto americano pelos “coyotes“.

No começo de setembro de 2021, o corpo de uma brasileira, de 49 anos, foi encontrado durante uma patrulha de agentes norte-americanos em uma área desértica no Novo México, nos Estados Unidos.

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*Com informações de Polícia Federal

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