Brasil

Após ter e-mail bloqueado, diplomata brasileiro manda colegas tomarem no c.” e faz acusações

(Foto:  Itamaraty)
João Carlos de Oliveira Morégola, que ocupa o posto de conselheiro na hierarquia do Itamaraty, teve seu e-mail de trabalho bloqueado  e passou a distribuir ofensas e acusações a colegas por WhatsApp. Morégola se define como “conselheiro assediado, adoecido e agora censurado”. Até o fim de 2021, ele era chefe do setor de promoção comercial da embaixada brasileira em Lagos, na Nigéria. Hoje, está formalmente lotado em Brasília.

Na mensagem, obtida pela coluna de Rodrigo Rangel, do portal Metrópoles, há desde apontamentos sobre supostos casos de corrupção a outras  irregularidades no ministério.

“Aproveito a oportunidade para mandar vocês todos tomarem no c.”, diz o diplomata, que inicia ironizando o bloqueio de seu e-mail de trabalho. “Congratulo-me com todos vocês pelo bloqueio do e-mail funcional.”

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Ele se refere aos colegas com  expressões como “bicha”, “viado”, “mulher barbada”, “gordo escroto”, “cretino”, “filhos da p.” e “canalhas”, Morégola fala em enriquecimento ilícito de embaixadores, cita um suposto caso de funcionários africanos trabalhando para funcionários de uma embaixada brasileira em regime análogo à escravidão e diz que um diplomata que dá expediente alcoolizado “sentou em cima” de denúncias feitas por ele.

 

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Eis o e-mail publicado por Rodrigo Rangel apenas com as iniciais dos nomes:

“Com a remoção da CM e da mulher barbada do PD para postos na África, ficou claro que o Itamaraty já está se preparando para um eventual governo Lula (…) A remoção desses dois petistas canalhas para a África constitui uma afronta ao governo Bolsonaro, pois mostra que o Itamaraty já está acendendo velas para Deus e o Diabo

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“Sofri assédio das L e RD, da bicha do D e da MM. Denunciei o enriquecimento ilícito da MM, que a japonesa bicha corregedora e o MR, ao cometerem peculato, se excusaram de punir. Tudo foi protocolado pelos meus advogados na SG (Secretaria-Geral), mas infelizmente o B trabalhava alcoolizado e sentou em cima do assunto. O gordo escroto do CL também me sacaneou, mas eu tive o prazer de denunciá-lo por trabalho análogo à escravidão de dois motoristas africanos em Lagos, escrevendo diretamente a DAUX (Divisão de Administração de Auxiliares Locais, braço do Itamaraty responsável pela contratação de funcionários terceirizados no exterior), que parece ter corrigido a situação, pois os dois me contataram em agradecimento

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“Passei boa parte da minha vida na administração e, pelo tanto que os embaixadores enriquecem, acho que o MRE (Ministério das Relações Exteriores) não merece um centavo a mais em seu orçamento. Pude acompanhar como a GN e o T entregaram sem licitação à Odebrecht a construção da embaixada em Berlim e fico sempre me perguntando o que eles podem ter ganhado com isso”, prossegue. “O MP ficou anos investigando o caso, mas não se esqueçam (que) o MP também integra o Executivo. Agora a G quer ser embaixadora, como o viado do N. Serão mesmo pessoas de ilibada reputação?

“Adoeci de tal maneira que ainda hoje não durmo direito. Meu psiquiatra me disse que não me deixará jamais voltar a essa instituição podre. Acho que vocês podem já ir preparando minha licença por incapacitação, seus filhos da puta, canalhas, traidores do atual presidente, que deu altos DAS (sigla que define cargos comissionados do governo) para todos vocês. E o cretino do G, o que que ele está fazendo por aí ainda?”

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