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Empresa de ônibus ligada ao PCC tem contrato com a Prefeitura de São Paulo

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Três integrantes da cúpula da organização criminosa PCC estavam entre os acionistas da UPBus, empresa de ônibus controlada pela facção que detém contrato de R$ 600 milhões por ano com a Prefeitura de São Paulo.

A companhia foi alvo de operação do Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos) na semana passada.

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Os policiais do departamento descobriram que a empresa de transporte coletivo havia sido comprada pelo traficante de drogas Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta.

Cara Preta tinha como sócios Silvio Luiz Ferreira, o Cebola; Cláudio Marcos de Almeida, o Django; e Décio Gouveia Luis, o Português, todos acusados de compor a cúpula da facção. Além deles, outros dois integrantes do PCC foram identificados como sócios da UPBus: Alexandre Salles Brito, o Xandi, e Anísio Amaral da Silva, o Biu.

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Segundo o delegado da 4ª Delegacia do Denarc, Fernando Santiago, outras 18 pessoas relacionadas aos seis, a maioria familiares dos acusados, constam como sócias.

A investigação do Denarc começou depois do assassinato de Santa Fausta, em dezembro.

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Além de ser um dos maiores fornecedores de drogas e armas para a facção, Cara Preta teria financiado grandes assaltos, como o roubo de 770 quilos de ouro no aeroporto de Guarulhos em 2019.

Também teria sido dele a ideia de lavar o dinheiro do tráfico na empresa de ônibus.

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Os bandidos do PCC também usavam loterias do governo para esquentar o dinheiro do tráfico e compravam armas de parentes que se registraram como colecionadores.

Para a compra da empresa, Cara Preta usou o nome falso de Ubiratan Antonio da Cunha. Na ata de assembleia da companhia, registrada na Junta Comercial de São Paulo, Biu consta como secretário. Batizado como integrante da facção em 2008, Xandi teria investido R$ 123 mil.

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Já Cebola teria sido o responsável pela compra de 56 ônibus. Hoje foragido, era apontado como o chefe da chamada Sintonia do Progresso — o tráfico da facção.

Por fim, o outro sócio da empresa seria Django, assassinado em janeiro embaixo de um viaduto na Vila Matilde, zona leste de São Paulo.

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A morte de Django teria relação com a de Cara Preta — os dois foram vítimas de uma guerra dentro da facção. Ele investiu R$ 1,2 milhão na empresa.

Os parentes de Décio Português também colocaram R$ 618 mil na UPBus. Português foi mandado para um presídio federal depois que a polícia descobriu a participação dele e de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, em um plano para assassinar autoridades paulistas, entre elas o então delegado-geral, Ruy Ferraz Fontes.

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A UPBus controlaria 13 linhas de ônibus na zona leste de São Paulo.

A prefeitura disse que recebeu “ofício da Polícia Civil, informando que a investigação não afeta o resultado da licitação de concessão do serviço de transporte público”. E destacou que a SPTrans seguirá acompanhando o caso e colaborará com a polícia “naquilo que for solicitada”.

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