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O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes da Silva, negou que o manifesto organizado pela entidade apoia o ex-presidente e ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista à Folha de S. Paulo publicada na noite de quinta-feira (04), ele afirmou se tratar apenas da defesa do pilar do setor industrial: a democracia.
“É natural que a Fiesp assine um manifesto em defesa da democracia, já que não existe liberalismo, economia de mercado ou propriedade privada, valores tão caros à entidade e ao setor industrial, sem que exista segurança jurídica, cujo pilar essencial é a democracia e o Estado de Direito”, disse na entrevista.
A Fiesp é comandada por Josué Gomes da Silva, filho de José Alencar, empresário que ocupou o posto de vice de Lula.
A federação publicará nesta sexta-feira (05) um manifesto em defesa da democracia. O documento conta com a assinatura de 107 entidades, entre associações empresariais, universidades, ONGs e centrais sindicais.
Dos 131 sindicatos filiados à federação da indústria, apenas 18 assinaram o texto –cerca de 14%. O manifesto, chamado de “Em Defesa da Democracia e da Justiça”, afirma que “a estabilidade democrática, o respeito ao Estado de Direito e o desenvolvimento são condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios”.
O texto da Fiesp defende o sistema eleitoral brasileiro, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a independência e harmonia entre os poderes.
Na entrevista para o jornal, o presidente da Fiesp comparou a tensão nas eleições brasileiras com o pleito presidencial nos EUA, em 2020. “Nós não podemos aceitar que um 6 de janeiro aconteça no Brasil”, disse, se referindo a invasão ao Capitólio.
Sobre as acusações de que o manifesto defende Lula, Josué afirmou que o documento é “apartidário”.
“Nosso manifesto nada tem de partidário, ele defende um valor que atende os interesses tanto da direita quanto da esquerda, a direita pode ganhar a eleição, e se vier a ser questionada? É apartidário, isso está mais do que demonstrado pelo arco de pessoas que assinaram”, afirmou.