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A fonoaudióloga Bianca Rodrigues Lopes Gonçalves é suspeita de torturar crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) durante consultas em sua clínica particular, localizada na cidade de Duartina, no interior de São Paulo. Além disso, imagens obtidas pelo G1 apontam que a profissional xingava os pacientes em trocas de mensagens.
O caso da fonoaudióloga veio à tona depois que uma ex-funcionária da clínica enviou à polícia imagens, áudios e vídeos dos atendimentos que as crianças recebiam.
A ex-funcionária, que havia sido contratada como acompanhante terapêutica de um dos pacientes, disse que era instruída pela fonoaudióloga para forjar os atendimentos não realizados.
“As crianças não estavam tendo atendimento. A fonoaudióloga falava com as mães, mas as crianças ficavam na sala comigo, e eu estou cursando psicologia, ainda não tenho esse repertório de fazer o tratamento adequado.”
Ainda segundo ela, os pacientes, quando atendidos, eram trancados em uma sala, chamada de “sala de luz”.
A Polícia Civil disse, nesta terça-feira (16), que a perícia comprovou a autenticidade das fotos, vídeos e prints relacionados ao caso.
Ao G1, Paulo Calil, delegado responsável pelas investigações, não há qualquer tipo de montagem ou fraude nas imagens, e elas apontam para o crime de tortura.
O delegado declarou que o próximo passo da investigação é terminar de ouvir os depoimentos das mães que denunciaram as agressões.
Em um dos prints (capturas de tela) de conversas, a fonoaudióloga ofendeu uma criança e disse que havia forjado o atendimento. “Dá uma disfarçada, sabe, finge que eu estou atendendo.”
“Eu não vou à tarde para a clínica amiga, inventei para a (nome da mãe da criança) que tenho reunião”, disse a profissional em outro momento.