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Na quarta-feira (24), o Ministério Público Federal entrou com duas ações civis públicas contra médicos responsáveis por testes com proxalutamida em pacientes com Covid-19 em hospitais do Rio Grande do Sul, considerado irregular. Um dos médicos responsáveis pelos testes, disse que foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal hoje.
Ações civis públicas pedem R$ 10 milhões como compensação por dano potencial à saúde e dano moral coletivo.
Segundo MFF, investigações mostraram que unidades hospitalares e clínicas estariam usando o produto à revelia dos estudos científicos aprovados pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.
As duas ações são contra a União (representando a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, órgão do Ministério da Saúde), os pesquisadores Flávio Adsuara Cadegiani e Ricardo Ariel Zimerman. A primeira ainda tem como réus o Estado do Rio Grande do Sul e o ex-diretor do Departamento de Saúde da Brigada Militar Igor Wolwacz Júnior. A segunda aponta também como corresponsáveis o município de Gramado, Márcio Rafael Slaviero e Márcio Pinto Muller, respectivamente superintendente e diretor técnico do Hospital Arcanjo São Miguel.
As ações, assinadas pelos procuradores da República Suzete Bragagnolo e Fabiano de Moraes, tiveram origem em inquérito civil instaurado na Procuradoria da República no Rio Grande do Sul e na Procuradoria da República no Município de Caxias do Sul, a partir de representação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). A denúncia trazia indícios de transgressões das normas vigentes sobre ética em pesquisa envolvendo seres humanos na condução do estudo “Proxalutamida para pacientes hospitalizados por COVID-19. The Proxa-Rescue AndroCoV trial”, conduzido pelo médico Flávio Cadegiani. O objetivo do estudo seria avaliar a eficácia e segurança da proxalutamida – medicamento experimental utilizado em pacientes com alguns tipos de câncer, como o de próstata – no combate à covid-19.
Se condenados, os réus poderão ter de pagar multa em valor não inferior a R$ 10 milhões em cada uma das ações.
No Twitter, o médico Flávio Adsuara Cadegiani disse sua casa e clínica foram alvos de busca e apreensão.
“DITADURA? Hoje a PF fez busca e apreensão na minha casa e clínica. Estou muito tranquilo porque não há absolutamente nada de errado, e se forem sérios ainda pedirão desculpas. PORÉM, o procurador NÃO ME DEIXOU nem o que pesquiso em relação às demais pesquisas, com prazo curto
Pesquisas que não têm qualquer relação inclusive com COVID-19 estão comprometidas. Meu único instrumento de trabalho científico intelectual. Poderiam ter espelhado e copiado tudo. Mas preferiram acabar com toda minha vida de pesquisas sérias que vão muito além da COVID-19.
Tudo por causa da proxalutamida. O que é mais chocante? Usando MENTIRAS COMPROVADAMENTE desmentidas pelos próprios órgãos. Muita coincidência ser exatamente no brevíssimo período eleitoral. Trata-se de uma censura por salvar vidas (fato incontestável!)? (Não há outro argumento)
A proxalutamida salvou centenas de vidas e sua segurança foi plenamente atestada (com o nossos estudos!) pela FDA, CONEP (sim!) e Anvisa, que aceitaram nossos estudos para aprovar os estudos finais com a molécula. Para isso, por óbvio seguimos tudo à risca. Isso é incontestável.
Tenho muito orgulho e zero arrependimento de ter salvado muitíssimas vidas (mais um fato incontestável) e de ter seguido tudo rigidamente à risca dentro do que poderíamos fazer. Narrativas não tornam errado aquilo que é certo. Venha da onde for. Grande abraço a todos.