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Brasileiros aprendem a burlar censura na internet com os chineses

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Estado totalitário, repressão policial, censura, controle e perseguição política. Essa breve descrição do cenário caótico da China poderia ser facilmente confundida com o Brasil dos dias atuais.

A semelhança crescente entre os regimes ditatoriais está obrigando brasileiros a usarem os mesmos métodos que os chineses para driblar a censura. Uma dessas alternativas é o uso de uma VPN, sigla para Virtual Private Network. O serviço cria uma rede privada na web e, por uma espécie de “túnel”, o usuário pode navegar usando um endereço de IP diferente do seu. Dessa forma, o internauta consegue acessar sites bloqueados em seu país de origem.

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Desde 1994, o Partido Comunista Chinês empenha-se em manter o controle sobre o conteúdo online acessado pela população chinesa. Redes sociais como Twitter, YouTube, Facebook e Instagram foram completamente banidas do país asiático.

Um homem chamado Wu Xiangyang foi condenado, em 2017, a cinco anos e meio de prisão pelo “crime” de fornecer, durante quatro anos, um serviço de VPN na China. A comercialização desse tipo de software é proibida pela ditadura de Xi Jinping.

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Chinês é preso durante protestos em Hong Kong. (Foto: DALE DE LA REY/AFP)

No Brasil, pesquisas pelo termo “VPN” no Twitter dispararam após o último pacote de maldades de Alexandre de Moraes, na sexta-feira (13) — temo que a escolha da data tenha sido proposital. Sem motivação explícita, o ministro ordenou o bloqueio das redes sociais de vários influenciadores e parlamentares de direita. Entre as cabeças cortadas pela foice de Moraes, estava a de Nikolas Ferreira, deputado federal de Minas Gerais eleito com quase 1,5 milhão de votos. Os jornalistas Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino, Paulo Figueiredo, Carla Cecato e Oswaldo Eustáquio também foram vítimas de censura, e seus perfis nas redes sociais ficaram indisponíveis no Brasil. O último, inclusive, encontra-se asilado no exterior, pois tem um mandado de prisão em aberto.

Embora tudo na China pareça demasiadamente absurdo sob o olhar do homem ocidental, a realidade dos chineses está se tornando cada vez mais palpável em nosso país. A onda de perseguição e censura promovida pelo judiciário desde 2019 nos aproximou do terror do “Dragão Vermelho”.

Para o nosso azar, a similaridade entre os regimes não se limita à censura online. A execução de ações inconstitucionais, a prisão de pessoas inocentes e a perseguição religiosa já fazem parte da vida dos brasileiros conservadores. Nos últimos anos, as polícias foram instrumentalizadas para cumprir ordens inconstitucionais, espancar senhorinhas sem máscara nas ruas e invadir a residência de profissionais da comunicação por ‘crime de opinião’.  

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“Se você quer uma imagem do futuro, imagine uma bota prensando um rosto humano para sempre.” 

Na obra ‘1984’, George Orwell descreve sociedade reprimida e controlada pelo ‘Grande Irmão’.

A frase do livro ‘1984’, de George Orwell, ficção distópica que descreve uma sociedade completamente dominada e controlada pela figura do “Grande Irmão”, encaixa como uma luva em nossa realidade atual. Provavelmente por essa razão, as vendas da obra literária no Brasil aumentaram nada mais, nada menos que, 633% em 2021.

Na novilíngua da esquerda, a luta pela democracia tornou-se “fascismo” e o cerceamento da liberdade de expressão magicamente virou “democracia”. Como disse certa vez Reinaldo Azevedo — nos tempos em que lhe restava algum juízo — “Os regimes autoritários têm grande preocupação com a linguagem. Não basta apenas calar a divergência: também é preciso submeter a língua a uma torção que inverta o sentido das palavras”.

“Guerra é Paz; Liberdade é Escravidão.”

Em um curto período, a democracia desmanchou-se no Brasil sob pretexto de ser a única forma de preservar… a democracia! Essa inversão causa uma confusão danada nas mentes mais fracas. Gosto sempre de lembrar que, apesar de ser uma das ditaduras mais cruéis e implacáveis do mundo, o nome da Coreia do Norte é República Democrática da Coreia.

Enquanto o povo assiste às arbitrariedades do judiciário contra pessoas que não cometeram crime algum, a grande mídia bombardeia os espectadores com palavras como “terrorista”, “atos antidemocráticos” e “fascismo”. Em contrapartida, manifestações violentas promovidas por movimentos de esquerda recebem o afago de blogueiros desses mesmos veículos. Com o pó de pirlimpimpim da imprensa, até mesmo protestos de grupos comunistas com pneus queimados, bloqueios de estradas, agressões físicas e ônibus incendiados transformam-se imediatamente em ‘atos legítimos pela democracia’.

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GloboNews mostra cartaz com os dizeres “Em defesa da Revolução e Ditadura do Proletariado” e chama de “protesto em defesa da democracia”.

Esse jogo de palavras da mídia brasileira foi essencial para que todos os atos ilegais contra conservadores chegassem aos jornais do exterior com ares de legitimidade. As agressões ao quase utópico Estado Democrático de Direito, as arbitrariedades e as perseguições foram propositalmente abafadas pela imprensa. Foi a conivência desses jornalistas que possibilitou que o judiciário promovesse o maior expurgo ideológico da história do nosso país.

Uma vez consolidada, a ditadura brasileira dá sinais de que poderá competir com a chinesa e tornar-se uma das mais implacáveis do mundo.

O grande irmão está de olho em você!

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