Segundo a delegada Márcia Helena Julião, titular da 43ª DP (Guaratiba), a criança apresentava 59 lesões pelo corpo. Ainda de acordo com a delegada, o pai disse em depoimento que a menina não se alimentava há pelo menos três dias.
Segundo o jornal carioca, a médica Ana Cláudia Regert, que trabalha na Clínica da Família Hans Jurgen Fernando Dohmann, em Guaratiba, foi quem relatou o caso à polícia. No dia 30 de novembro de 2022, a criança já havia sido levada para a mesma unidade de saúde com um corte na cabeça. Segundo a médica, que também atendeu a menina na ocasião, Quênia Gabriela foi levada por Patricia, que se apresentou como mãe. Como justificativa para o corte, a madrasta teria dito que estava cozinhando e uma louça teria caído na cabeça da criança e a cortou.
“Como a criança não estava chorando no colo dela, nem tinha nenhuma lesão visível, entendi que poderia, sim, ter acontecido o que ela relatou. Como não tinha anestésico aqui na clínica, pedi uma ambulância para que a levasse até o hospital até mesmo para avaliar a necessidade de uma tomografia de crânio. Logo depois, quando a ambulância estava chegando, procurei por ela e ela tinha se evadido”, disse a médica.