O jornalista Felipe Ary de Souza, de 25 anos, foi morto a facadas no Centro de São Paulo. Conhecido como “Terremoto”, ele era colaborador do coletivo Jornalistas Livres. O crime aconteceu na madrugada de quarta-feira (8).
De acordo com o g1, a morte ocorreu após uma briga em uma festa em um apartamento na Avenida Ipiranga, na República.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, policias militares atenderam à ocorrência por volta das 5h. Uma jovem disse que estava com seu namorado, quando ele e dois homens começaram a discutir. Eles teriam se armado com facas, e Felipe foi ferido. Duas facas foram apreendidas pela polícia.
O jornalista foi levado ferido à Santa Casa de Misericórdia, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo foi velado na manhã deste sábado (11) no Cemitério da Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte da capital.
Pelas redes sociais, o coletivo Jornalistas Livres lamentou a morte do colega:
Tristeza infinita. Nosso companheiro Terremoto, dos Jornalistas Livres, foi assassinado ontem no centro de SP.
Ainda não sabemos o que aconteceu. Ele foi encontrado por amigos e familiares no IML com ferimentos a faca.
Terremoto era um menino cheio de vida, criativo, inteligente, divertido, solidário, afetuoso, fazia a diferença onde quer que estivesse. Não era à toa que seu apelido era Terremoto. Aprendeu a ser fotógrafo, e dos bons, participando de reportagens nos Jornalistas Livres. Fazia as coberturas junto, perguntava, ouvia, sempre com os olhos brilhando, querendo aprender, a fazer. Entrou de cabeça no movimento dos secundaristas, cobria manifestações com coragem e alegria, sempre atento, sempre trazendo notícia importantes e relevantes. Viajou com a gente para Curitiba quando o Lula foi preso, ficou lá um tempão fazendo a cobertura. Produziu um vídeo incrível que ajudou a evitar a reintegração de posse de um edificio no centro de São Paulo onde há anos existe uma ocupação de trabalhadores sem teto. Com sua alegria de menino travesso, ele colheu depoimentos emocionantes das crianças que fizeram o juiz entender o óbvio e suspender a ação. Terremoto seguiu pelo mundo, foi fotografar os seus, os talentos periféricos, ele sabia bem de que lado estava.
A mãe dele tá sendo despejada, teve um princípio de enfarte na véspera do crime. Seu menino, sim, ele tinha apenas 25 anos, está morto. A juventude negra está sendo consumida de maneira voraz no meio da miséria plantada pelos fascistas.
Estamos arrasados! Que triste e injusto!
***Assim que soubermos onde será a despedida do nosso querido companheiro a gente avisa aqui.