Brasil

Grupo xamânico é acusado de usar veneno de sapo sem aviso

(Pixabay)

O grupo xamânico Sete Raios é acusado de usar substâncias alucinógenas durante rituais, sem autorização dos participantes. O material usado seria o veneno do sapo Bufo alvarius, visando aprofundar a jornada espiritual. Contudo, o uso do tal veneno é proibido no Brasil.

Em outubro de 2021, a advogada, que vive em Goiânia, foi até São Paulo para o ritual. Inalada a substância, afirma ao g1 ter perdido a consciência. Quando acordou, cerca de 30 minutos depois, nunca mais foi a mesma, disse.

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Gabriela Silva relata que pagou R$ 1.300 no ritual individual com o veneno para o sócio fundador do instituto xamânico, Felipe Rocha. Entre os problemas enfrentados pela advogada após o uso do psicodélico estão crises de pânico e de ansiedade, surtos psicóticos, problemas respiratórios e pensamentos suicidas. 

A advogada disse que estava enfrentando o luto pela perda do irmão – que morreu em 2017, em um acidente de carro. Em razão disso, buscava maior conexão com Deus. Ela alega ter sido incentivada por um dos integrantes do grupo a experimentar o veneno com propriedades psicodélicas. 

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Após relatar os problemas decorrentes do psicodélico, Felipe Rocha enviou um áudio por meio de aplicativo de mensagem, no qual afirma que Gabriela não pode perder a confiança. Sugere que ela acenda velas e tome um banho de ervas.

 

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Gabriela diz que apenas após descobrir a proibição da substância e expor o caso nas redes sociais – o que desencadeou uma série de respostas similares a experiência dela – é que recebeu um pedido de desculpas.

 

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“O meu mais sincero pedido de desculpas. Infelizmente, eu não posso, eu não consigo nesse momento estar à frente de todos os processos do Xamanismo Sete Raios da maneira como eu gostaria”, disse Felipe Rocha no áudio enviado. “Eu gostaria de estar presente em todos os rituais, em todos os processos com o bufo”.

Em outro áudio enviado à advogada,Rocha diz que a história dela provocou reflexões no grupo sobre o uso do veneno.

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“Toda essa história fez com que a gente refletisse profundamente sobre o nosso processo de acompanhamento, principalmente da medicina do Bufo alvarius. Isso reverberou muito forte no nosso grupo, não só por conta do processo de vocês, mas por conta de vários outros processos que nós testemunhamos ao longo dos últimos tempos, principalmente nos últimos dois anos”, diz ele.

“A gente vai adotar outros protocolos em relação às medicinas, principalmente em relação ao Bufo alvarius”, continua Rocha em outro trecho.

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Uso proibido no Brasil

Trata-se da 5-MeO-DMT, um psicodélico que está na lista de substâncias proibidas pela Anvisa e compõe o veneno do sapo Bufo alvarius (renomeado Incilius alvarius), encontrado no México e nos Estados Unidos.

O veneno, conhecido popularmente como “bufo”, seca quando extraído e, depois, é fumado em rituais e cerimônias ditas religiosas e espirituais no exterior e no Brasil, liberando o psicodélico 5-MeO-DMT e outras substâncias.

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O grupo Xamanismo Sete Raios é alvo de inquérito da Polícia Civil de São Paulo, que apura possíveis crimes de tráfico de drogas. Segundo a polícia, o Departamento de Investigações sobre Narcóticos segue fazendo diligências para o esclarecimento dos fatos. Um segundo inquérito chegou a ser aberto para apurar a prática de curandeirismo, mas foi arquivado por falta de provas.

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