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Nesta quarta-feira (19), o Ministério Público denunciou o casal proprietário de uma escola na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, por práticas de tortura contra crianças. A promotora Gabriela Belloni solicitou a conversão da prisão temporária dos acusados em preventiva e requereu a abertura de um novo inquérito policial para investigar a possível participação ou omissão de funcionários da escola nos atos.
“Algumas crianças choravam muito e pediam para sair ou, cansadas de ficar em pé, acabavam dormindo com as cabeças encostadas na parede, exaustas”, diz a promotora na denúncia.
Além disso, a promotora pediu o desmembramento dos autos, com a instauração de um inquérito policial suplementar para apurar a eventual participação ou omissão de funcionários da escola nos fatos, bem como possíveis delitos cometidos contra outras vítimas.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o casal contou com o auxílio de duas funcionárias adolescentes para punir os alunos que se recusavam a comer a comida fornecida, choravam muito ou não se comportavam adequadamente. Algumas crianças eram conduzidas a uma sala escura, sem janelas ou com janelas fechadas, onde permaneciam por longos períodos sem acesso a comida, água ou banheiro. A situação levava algumas delas a chorar intensamente e pedir para sair, ou mesmo acabar dormindo encostadas na parede de exaustão.
Os proprietários da escola podem responder por crimes de tortura em caráter continuado e com concurso de pessoas.
As denúncias começaram quando uma professora relatou o caso há uma semana, e depois disso, outros ex-funcionários também detalharam as agressões. Muitos pais só tomaram conhecimento das torturas após identificar seus filhos em fotos e vídeos.
A escola está localizada na rua Coronel Diogo, bairro Jardim da Glória, no Cambuci, região central da capital. A promotora Gabriela Belloni, da 4ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital, aguarda a decisão da Justiça sobre a conversão da prisão temporária em preventiva.