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Nesta terça-feira (1°), o Ministério Público na Bahia abriu investigações para esclarecer as circunstâncias das mortes ocorridas durante ações policiais entre a última sexta-feira (28) e a segunda-feira (31) em Salvador, Camaçari e Itatim. Ao todo, 19 pessoas foram mortas em confronto com a Polícia Militar da Bahia ao longo desses quatro dias.
As investigações serão conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp), em conjunto com os promotores de Justiça criminais das respectivas comarcas. O MP também acompanhará o andamento dos inquéritos policiais instaurados pela Polícia Civil para apuração dos casos.
O Geosp é uma unidade especializada responsável pelo controle externo da atividade policial em casos complexos e de grande repercussão, prestando apoio à atuação dos promotores tanto na capital quanto no interior do estado.
Em reunião realizada nesta terça, a procuradora-geral de Justiça, Norma Cavalcanti, a PGJ Adjunta para Assuntos Jurídicos, Wanda Valbiraci, e os promotores de Justiça André Lavigne e Luís Alberto Pereira, coordenadores dos Centros de Apoio Operacional Criminal (Caocrim) e de Segurança Pública (Ceosp), discutiram a atuação do MP nos casos.
Nos últimos quatro dias, 19 pessoas foram mortas durante ações policiais na Bahia, com destaque para o caso ocorrido na segunda-feira (31) no bairro de Cosme de Farias, em Salvador, onde quatro homens foram mortos em confronto com a Polícia Militar. Ao longo de duas semanas, o número total de mortes nessas operações alcançou 25, como divulgado pela polícia e noticiado na imprensa. O Instituto Fogo Cruzado registrou 960 tiroteios na capital e região metropolitana, dos quais 348 ocorreram em ações policiais desde janeiro deste ano até domingo (30).
Em Cosme de Farias, moradores relataram a presença de homens armados traficando drogas na região, o que levou as equipes da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT) Rondesp Atlântico a intensificarem o patrulhamento e a receberem informações sobre o tráfico de drogas. Durante a busca pelos suspeitos, houve um confronto em que os policiais se depararam com o grupo, que efetuou disparos de armas de fogo. Os quatro suspeitos foram encontrados feridos e socorridos ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiram aos ferimentos e faleceram. Com eles, foram apreendidas diversas armas, munições e drogas.
O material apreendido foi apresentado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e encaminhado ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) para perícia. O esclarecimento do caso será embasado nos depoimentos dos policiais, possíveis testemunhas e laudos periciais.
As operações policiais também impactaram o transporte público, com a interrupção da circulação de ônibus no fim de linha do bairro devido ao ambiente de tensão entre moradores e os agentes envolvidos nas ações, que foram recebidos com gritos de “assassinos”.
Anteriormente, no domingo (30), oito pessoas foram mortas em uma operação policial na cidade de Itatim, na Chapada Diamantina. A Polícia Militar informou que recebeu notificações sobre a presença de homens armados e drogas na região do Morro do Tigre, zona rural da cidade. Ao confrontarem os suspeitos, os policiais foram alvos de tiros, resultando no confronto que resultou nas mortes.