Brasil

Consórcio Nordeste critica fala de Zema sobre frente de estados do Sul e Sudeste

Cristiano Machado / Imprensa MG

O Consórcio Nordeste emitiu uma nota neste domingo (6) para criticar a entrevista do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), na qual ele defendeu maior protagonismo político do Sul e Sudeste em relação à região Nordeste. A declaração dada ao Estadão recebeu críticas por parte do grupo.

Na entrevista, Zema argumentou a favor do fortalecimento do Consórcio Sul-Sudeste (Cossud) em detrimento dos estados do Norte e do Nordeste, alegando maior capacidade econômica na região sulista. Ele usou uma analogia comparando “vaquinhas que produzem pouco” e as que “produzem muito” ao abordar a suposta falta de protagonismo político do Sul e Sudeste.

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Em uma carta assinada pelo governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), o Consórcio Nordeste afirmou que as declarações de Zema parecem aprofundar a ideia de um país subalterno, dividido e desigual. O texto ressalta que a união dos estados nordestinos não representa uma guerra contra as demais unidades federativas, e que Zema sugere manter as desigualdades em um país de proporções continentais.

Eis a íntegra da nota do Consórcio Nordeste

O governador de Minas Gerais, em entrevista publicada no jornal O Estado de São Paulo em 05 de agosto, demonstra uma leitura preocupante do Brasil. Ao defender o protagonismo do Sul e Sudeste, indica um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste, sabidamente regiões que vem sendo penalizadas ao longo das últimas décadas dos projetos nacionais de desenvolvimento.

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O Consórcio Nordeste, assim como o da Amazônia Legal, valendo-se da profunda identidade regional, cultural e histórica, foram criados com o objetivo de fortalecer essas regiões, unindo os estados em torno da cooperação e compartilhamento de melhores práticas e soluções de problemas comuns, buscando contribuir com o desenvolvimento sustentável e a mitigação de nossas desigualdades regionais.

Negando qualquer tipo de lampejo separatista, o Consórcio Nordeste imediatamente anuncia em seu slogan que é uma expressão de “O Brasil que cresce unido. Enquanto Norte e Nordeste apostam no fortalecimento do projeto de um Brasil democrático, inclusivo e, portanto, de união e reconstrução, a referida entrevista parece aprofundar a lógica de um país subalterno, dividido e desigual.

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Já passou da hora do Brasil enxergar o Nordeste como uma região capaz de ser parte ativa do alavancamento do crescimento econômico do país e, assim, contribuir ativamente com a redução das desigualdades regionais, econômicas e sociais.

É importante reafirmar que a união regional dos estados Nordeste e, também, os do Norte, não representa uma guerra contra os demais estados da federação, mas uma maneira de compensar, pela organização regional, as desigualdades históricas de oportunidades de desenvolvimento.

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Nesse contexto, indicar uma guerra entre regiões significa não apenas não compreender as desigualdades de um país de proporções continentais, mas, ao mesmo tempo, sugere querer mantê-las, mantendo, com isso, a mesma forma de governança que caracterizou essas desigualdades.

A união dos estados do Sul e Sudeste num Consórcio interfederativo pode representar um avanço na consolidação de um novo arranjo federativo no país. Esse avanço, porém, só vai se dar na medida em que todos apostarmos num Brasil que combate suas desigualdades, respeita as diversidades, aposta na sustentabilidade e acredita no seu povo.

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Assim, nós, governadoras e governadores da Região Nordeste, além de defendermos um Brasil cada vez mais forte e próspero, apelamos pela união nacional em torno da reconstituição de áreas estratégicas para o nosso país, a exemplo da economia, segurança pública, educação, saúde e infraestrutura.

Nordeste do Brasil, 06 de agosto de 2023.

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