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A Defesa Civil de Maceió alertou, nesta quarta-feira (29), para o risco iminente de colapso de uma mina de sal-gema na região do Mutange, um dos bairros da capital alagoana que foi desocupado por causa do afundamento do solo causado pela mineração.
O órgão municipal reforçou a orientação para que se evite a região e solicitou o bloqueio do tráfego de veículos em alguns pontos.
As minas citadas pela Defesa Civil são cavernas abertas pela extração de sal-gema durante décadas de mineração, mas que estavam sendo fechadas desde que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) confirmou que a atividade realizada pela Braskem havia provocado o fenômeno na região.
De acordo com a Braskem, a movimentação no solo foi registrada “em um local específico, dentro das áreas de serviço da companhia, nas proximidades da Av. Major Cícero de Goes Monteiro”, que foi isolada preventivamente.
O coordenador geral da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, explicou o que pode acontecer em caso de colapso. “Se o teto dela [mina] vier a desabar, essa cavidade chega até a superfície, e se ela chegar dentro da lagoa, aí a gente tem consequências mais preocupantes, como um aumento de salinização dessa água e vai impactar toda a área de mangue de forma bastante trágica”.
Em resposta a essa situação crítica, o órgão municipal reforçou a orientação para evitar a região e solicitou o bloqueio do tráfego de veículos em alguns pontos. A Prefeitura de Maceió decretou estado de emergência por 180 dias e criou um Gabinete de Crise para acompanhar a situação dos últimos sismos, que se intensificaram e agravaram o quadro na região já desocupada, próxima ao antigo campo do CSA.
O Gabinete de Crise funcionará de forma permanente para monitorar a área afetada pela tragédia e tomar todas as providências necessárias para salvar vidas. Diariamente, o Gabinete de Crise manterá comunicação direta com a população e a imprensa de Maceió, publicando boletins atualizados sobre o assunto.
O que diz a Braskem:
A Braskem informa que, em decorrência do registro de microssismos e movimentações de solo atípicas pelo sistema de monitoramento, paralisou suas atividades na Área de Resguardo. Tais registros estão concentrados em um local específico, dentro das áreas de serviço da companhia, nas proximidades da Av. Major Cícero de Goes Monteiro.
A área, que já estava com algumas atividades paralisadas para evitar interferência na coleta de dados, foi isolada preventivamente e em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil. Essa é uma medida preventiva enquanto se aprofunda a compreensão da ocorrência.
A Braskem segue acompanhando de forma ininterrupta os dados de monitoramento, que são compartilhados em tempo real com a Defesa Civil Municipal.