O piloto responsável pelo helicóptero desaparecido no litoral de São Paulo, Cassiano Tete Teodoro, enfrenta um histórico marcado por irregularidades aeronáuticas. Sua licença para voar foi cassada por dois anos, de 2021 a 2023, devido a voos irregulares, proibindo-o de realizar voos comerciais de passageiros.
Em 2020, Teodoro protagonizou um pouso de emergência em um edifício comercial na avenida Brigadeiro Faria Lima, Itaim Bibi, Zona Sul de São Paulo. O incidente não resultou em ferimentos, mas a aeronave, um Robinson 44 – mesmo modelo do helicóptero desaparecido –, sofreu danos substanciais. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) conduziu a investigação, concluindo que o helicóptero decolou com excesso de peso, 34 kg além do limite especificado no manual.
O relatório do Cenipa, datado de 8 de julho de 2021, revela que a aeronave tinha 1.123 kg durante a decolagem, ultrapassando os 1.089 kg da capacidade máxima. Além disso, a falta de registros de horas de voo na Caderneta Individual de Voo (CIV) do piloto levantou preocupações sobre sua experiência. O diário de bordo da aeronave também não foi apresentado, impossibilitando a verificação das horas de voo pós-manutenção.
O Cenipa destacou que as condições meteorológicas eram adequadas e não encontrou evidências de falha no motor. A ANAC, em nota, assegurou que o helicóptero estava em condição normal de aeronavegabilidade, sem permissão para táxi-aéreo.
No caso mais recente, o helicóptero desaparecido, que tinha como destino Ilhabela, levava os passageiros Luciana Marley Rodzewics Santos, de 46 anos, sua filha, Letícia Ayumi Rodzewics Sawunoto, de 20, e um amigo identificado como Rafael, além do piloto não identificado. A aeronave decolou do Campo de Marte às 13h15 do dia 31, com o último contato registrado às 15h10. A Força Aérea realiza buscas, mas a visibilidade limitada dificulta os esforços de localização.