O ex-policial reformado Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos que resultaram na morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. A informação foi divulgada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, neste domingo.
A colaboração de Lessa aguarda homologação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e era aguardada desde a delação do ex-policial militar Élcio Queiroz.
A Polícia Federal acredita que a delação de Lessa pode ser crucial para identificar os mandantes por trás dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.
Élcio Queiroz, em sua delação, confessou ter dirigido o carro utilizado no ataque contra Marielle e Anderson Gomes, afirmando que Ronnie Lessa efetuou os disparos. Segundo Élcio, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel e preso em julho de 2023 no Rio de Janeiro, estava envolvido na vigilância à vereadora e participaria da emboscada, mas acabou sendo substituído por ele.
Após a homologação da delação pela Justiça, as informações foram utilizadas para avançar nas investigações. Segundo Élcio, Ronnie montou a metralhadora no veículo e equipou a arma com um silenciador. Ao avistar Marielle, ele teria manifestado a intenção de atacá-la ali mesmo.
Ronnie Lessa foi preso em 12 de março de 2019, junto com o ex-PM Élcio. Em sua delação, Élcio revelou que ambos se conheciam há mais de 30 anos e que havia uma “dívida de gratidão” com Lessa.
O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes ocorreu a tiros na noite de 14 de março de 2018, em uma emboscada no centro do Rio de Janeiro. O caso foi federalizado em fevereiro de 2023.