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Nos últimos 20 anos, o acesso à coleta de esgoto no Brasil tem aumentado significativamente, atingindo hoje pelo menos três em cada quatro brasileiros. Segundo dados recentes, 75,7% da população agora tem acesso ao esgotamento por meio de rede coletora, pluvial ou fossa séptica. No entanto, a distribuição desse serviço mostra disparidades significativas entre as regiões do país.
De acordo com os números, menos da metade dos habitantes do Norte do Brasil (46,4%) têm acesso aos serviços de esgoto. A situação é ainda mais alarmante quando observamos a nível municipal: em 2.386 cidades brasileiras, metade ou mais da população não possui esgotamento adequado, variando de 50,02% em Nova Candelária (RS) a 100% dos moradores em Juarina (TO) e Júlio Borges (PI).
A região Sudeste apresenta a maior parcela da população com acesso à coleta de esgoto, atingindo 86,2%, enquanto o Norte mostra a menor taxa, com apenas 22,8% dos habitantes contemplados por esse serviço. São Paulo é o destaque positivo, com 90,8% da população coberta pela coleta de esgoto, enquanto o Amapá figura com apenas 11,0%.
Na comparação entre 2010 e 2022, todas as unidades federativas registraram crescimento na proporção da população com acesso à coleta de esgoto. O Mato Grosso do Sul se destacou com a maior evolução nesse aspecto, aumentando 34,8 pontos percentuais, passando de 37,7% em 2010 para 72,5% em 2022.
No nível municipal, São Caetano do Sul (SP), Júlio Mesquita (SP) e Vitória (ES) lideram com as maiores taxas de população atendida por rede de coleta de esgoto, com 99,95%, 99,81% e 99,65%, respectivamente.
Apesar dos avanços, persistem desigualdades significativas: 3.505 municípios brasileiros têm menos da metade da população com acesso à coleta de esgoto, e em 2.386 municípios, menos da metade dos habitantes possui esgotamento adequado por rede coletora ou fossa séptica.
A proporção da população com acesso à coleta de esgoto também está diretamente relacionada ao tamanho populacional dos municípios: apenas 28,6% dos municípios com até 5.000 habitantes têm esse serviço, enquanto nos municípios com 500.001 habitantes ou mais, esse número sobe para 83,4%.