O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta-feira (21) da cerimônia de lançamento do Plano Juventude Negra Viva, um conjunto de políticas públicas destinadas aos jovens negros do país. O evento teve lugar às 10h, em Ceilândia, uma região com carências no Distrito Federal. O grupo de trabalho encarregado do plano foi estabelecido em março de 2023, através de um decreto assinado por Lula.
Segundo informações do Palácio do Planalto, o plano abrange 200 ações e 43 metas específicas, distribuídas entre diversos setores, incluindo saúde, educação, cultura, segurança pública, trabalho e renda, geração de empregos, ciência e tecnologia, esportes, segurança alimentar, fortalecimento da democracia, preservação do meio ambiente, garantia do direito à cidade e valorização dos territórios.
O governo destacou que o pacote é resultado de demandas levantadas por movimentos negros em todo o país, visando principalmente à implementação de medidas abrangentes para reduzir a violência fatal e outras vulnerabilidades sociais que impactam significativamente a juventude negra.
O plano foi desenvolvido de forma colaborativa com a participação da juventude negra durante as caravanas participativas, que percorreram os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, ouvindo ativamente as principais demandas apresentadas.
Em relação aos dados demográficos, o Censo 2022 do IBGE revela que o Brasil possui uma população de 203 milhões de habitantes, com uma crescente feminização, representando 51,5% do total. A população negra, que inclui pretos e pardos, corresponde a 55,5% do total, totalizando 112,7 milhões de pessoas.
De acordo com o IBGE, em 2021, a renda média dos trabalhadores brancos foi 69% superior à dos pretos e pardos. Apesar de representarem 9,1% e 47% da população brasileira, respectivamente, em 2021, os negros enfrentam desigualdades no mercado de trabalho e apresentam os piores indicadores socioeconômicos, além de estarem mais suscetíveis à violência e terem baixa representatividade em cargos de liderança.
Para promover a igualdade racial, em 20 de novembro do ano anterior, Lula assinou um conjunto de 13 ações voltadas para esse fim, incluindo a criação do Ministério da Igualdade Racial, chefiado por Anielle Franco. Em março de 2023, o governo federal também estabeleceu através de decreto que pelo menos 30% dos cargos em comissão e funções de confiança na administração pública federal deveriam ser ocupados por pessoas negras até 31 de dezembro de 2025. Atualmente, as pessoas negras ocupam cerca de 1,3% dessas vagas, de acordo com dados preliminares do Ministério da Igualdade Racial.