Um incidente ocorreu na Escola Estadual João Octávio dos Santos, localizada no Morro São Bento, em Santos, no litoral de São Paulo, na última quarta-feira (20/3), envolvendo um aluno autista de 12 anos. Durante um episódio de ausência, comum em pessoas com epilepsia, o braço da criança foi marcado com comentários ofensivos de natureza homofóbica e capacitista por um grupo de colegas durante o horário de lanche, momento em que a criança estava sem seu acompanhamento especial na escola.
De acordo com relatos da mãe da vítima, Bárbara Aparecida Nogueira da Silva, o ocorrido aconteceu em um período sem supervisão adequada por parte da instituição, que alegou se tratar de um “ponto cego” em sua vigilância. A mãe também mencionou episódios anteriores de assédio, incluindo um incidente dentro do banheiro da escola, onde os colegas tentaram verificar se o aluno era de fato transgênero, motivados pelo fato de seu irmão se identificar como homem trans.
A mãe relatou que está buscando agendar uma reunião com a escola e que registrou um boletim de ocorrência na Delegacia da Infância e Juventude (DIJU) de Santos. Ela expressou sua preocupação com a segurança e bem-estar do filho na escola, questionando a eficácia das medidas de inclusão e fiscalização oferecidas pelo governo.
A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (Seduc) emitiu uma nota em resposta às denúncias, informando que está investigando o incidente e convocou os responsáveis pelos alunos envolvidos para comparecerem à escola. A Seduc também ofereceu apoio psicológico ao aluno, caso seja autorizado pela responsável, e afirmou que a equipe do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP) está envolvida no caso, buscando implementar estratégias de mediação de conflitos e promover uma cultura de paz na instituição escolar.