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Os bastidores da incursão do PCC no complexo negócio de transporte público de São Paulo

Imagem: Divulgação

Uma investigação recente, conhecida como Operação Fim da Linha, foi conduzida contra duas empresas responsáveis pela operação de linhas de ônibus em áreas específicas da capital paulista, mais precisamente nas zonas sul e leste. Esta investigação revelou a infiltração de indivíduos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) no sistema de transporte público de São Paulo ao longo de quase um quarto de século.

O surgimento dos chamados “perueiros”, que inicialmente operavam de forma clandestina, remonta à década de 1980. Esses perueiros, que utilizavam principalmente veículos como Kombis para transportar moradores das áreas periféricas até o centro da cidade, viram uma oportunidade de negócio no rápido crescimento desordenado dessas regiões carentes de infraestrutura.

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As administrações municipais tentaram regularizar essa atividade ao longo dos anos. Em 1990, durante a gestão da ex-prefeita Luíza Erundina, foram criadas linhas oficiais para ligar as regiões mais afastadas aos bairros centrais. No entanto, essas medidas não foram totalmente eficazes em conter a operação clandestina de transporte.

Durante a gestão da ex-prefeita Marta Suplicy, nos primeiros anos do século XXI, novas tentativas foram feitas para regularizar o sistema, desta vez com maior sucesso. Cooperativas de perueiros foram estabelecidas, com itinerários e horários pré-definidos pela Prefeitura, como um serviço complementar ao sistema de ônibus tradicional.

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No entanto, segundo investigações do Ministério Público, membros do PCC conseguiram infiltrar-se nessas cooperativas, assumindo posições de liderança. Houve evidências de que essas empresas foram utilizadas para lavagem de dinheiro proveniente de atividades criminosas, como o tráfico de drogas.

Após uma série de eventos, incluindo os protestos de 2013 contra o aumento das tarifas de ônibus, a Prefeitura de São Paulo iniciou uma revisão do sistema de transporte público. No entanto, propostas para reorganizar as cooperativas em empresas independentes enfrentaram obstáculos legais e judiciais.

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Ao longo dos anos, as cooperativas foram se transformando em empresas formais. No entanto, segundo investigações do Ministério Público, membros do PCC continuaram a exercer influência sobre essas empresas, usando-as para atividades ilícitas.

Recentemente, uma operação policial foi conduzida contra empresas de ônibus suspeitas de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro ligados ao PCC. Vários mandados de prisão e busca foram cumpridos, e diversas pessoas foram denunciadas por crimes como organização criminosa, extorsão e lavagem de dinheiro. As empresas em questão receberam subsídios significativos da Prefeitura de São Paulo para operar linhas de ônibus em determinadas áreas da cidade.

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