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A confiança do consumidor brasileiro sofreu mais um golpe, revela uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Ipsos, evidenciando uma tendência preocupante nos últimos meses. O impacto direto dos preços nos produtos e serviços essenciais está encurtando o fôlego econômico do país, refletindo diretamente na percepção dos consumidores.
De acordo com os dados divulgados, o Brasil registrou sua terceira queda consecutiva no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em maio, com uma redução de 1,6 pontos em relação ao mês anterior. Essa queda, que sucede uma diminuição de 3,5 pontos em abril, colocou o país no décimo lugar do ranking, após ocupar a nona posição no mês anterior, com 51,7 pontos.
Em uma análise mais ampla, observa-se que nos últimos 12 meses, o índice brasileiro apresentou a quarta maior queda entre os países pesquisados, ficando atrás apenas de Peru, Malásia e Turquia.
Alexandre Augusto Gaino, professor de economia da ESPM, aponta que, embora o país tenha mostrado sinais de recuperação econômica nos últimos meses, essa tendência de queda no ICC é alarmante. Desde novembro, exceto por um breve aumento em fevereiro, os números têm sido consistentemente negativos. Esse panorama incerto não apenas afeta a confiança dos consumidores, mas também tem implicações nos setores econômicos, na estabilidade política e no mercado de trabalho.
Um dos fatores que contribuem para esse cenário é a persistência da taxa de juros elevada e da inflação, que acabam por influenciar a taxa SELIC, a qual se espera que permaneça em patamares altos. O mercado, por sua vez, sinalizava uma queda na taxa, o que não se concretizou. Esse quadro de incerteza, combinado com a pressão inflacionária e a estagnação na renda, tem afetado diretamente a confiança do consumidor e, por consequência, o índice de confiança.
Apesar do Brasil ainda se manter entre os 10 países com maior índice de confiança do consumidor e estar acima da média global, a recorrência dessas quedas preocupa, indicando um ambiente de crescente incerteza econômica.