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A Trensurb, empresa pública de trens que opera em Porto Alegre e Região Metropolitana, anunciou planos para retomar emergencialmente as atividades em algumas estações, sem uma data definida para início. As operações estão suspensas desde 3 de maio devido às cheias e temporais que já causaram 163 mortes no Rio Grande do Sul.
Segundo a Trensurb, a prioridade é atender trabalhadores de serviços essenciais, retomando operações em parte da Região Metropolitana. Em Porto Alegre, as estações Mercado, Rodoviária e São Pedro sofreram perda total, conforme informou o diretor-presidente, Fernando Stephan Marroni. Antes das enchentes, a empresa transportava 200 mil usuários por dia útil.
“Estamos em um evento climático. Tínhamos expectativas de retomada, mas estamos sujeitos a imprevistos. O plano é retomar um ‘caminho humanitário’”, afirmou Marroni. O “caminho humanitário” refere-se a uma via alternativa construída no Centro Histórico de Porto Alegre, próximo à rodoviária, para a passagem de veículos de emergência e donativos.
A Trensurb, cuja principal acionista é a União (99,88%), opera desde 1985 ligando Porto Alegre a municípios da Região Metropolitana, incluindo Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo, com um trajeto de 43,8 km de extensão.
Mesmo sem prazo definido, a empresa planeja retomar parcialmente as operações em regiões não alagadas, atendendo até 30 mil passageiros de atividades essenciais por dia, um número bem menor que os 200 mil transportados em condições normais. O planejamento inclui viagens da Estação Unisinos, em São Leopoldo, até a Estação Novo Hamburgo (em um único trilho) e até a Estação Mathias Velho, em Canoas (em dois trilhos).
Ao longo do tempo, a intenção é ampliar o serviço para a população em geral e estender os percursos, com exceção das estações Mercado, Rodoviária e São Pedro, cuja recuperação está prevista para o fim do ano. A Trensurb também está dialogando com a União para revisar a tarifa atual de R$ 4,50, que considera o trajeto completo.
Marroni confirmou que as estações Mercado, Rodoviária e São Pedro sofreram perda total devido às inundações, que comprometeram a estrutura dos trilhos. Quatro dos 40 trens da Trensurb ficaram alagados, um na Estação Mercado e três na oficina da empresa.
Os trabalhadores da sede administrativa, próxima à Estação Aeroporto, estão trabalhando remotamente devido ao alagamento do prédio e corte de energia elétrica. Cerca de 350 kg de equipamento foram removidos, e um sistema foi ativado para manter as operações virtualmente. Apesar da sede estar seca, o pátio permanece alagado.
Na quinta-feira (23), houve um princípio de incêndio na subestação de energia elétrica São Luís, em Canoas, controlado rapidamente. As causas estão sendo investigadas, incluindo a possibilidade de umidade ou presença de animais.
Desde 5 de maio, a Trensurb abrigou temporariamente pessoas afetadas pelas enchentes em estações de São Leopoldo, Canoas, Novo Hamburgo, Esteio e Sapucaia do Sul, posteriormente encaminhadas a abrigos. A empresa também lançou uma plataforma para transferir recursos a mais de 100 funcionários afetados pelas cheias e disponibilizou estações para a arrecadação de donativos.