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Na última quarta-feira (5), docentes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) votaram pelo término da greve que teve início em meados de abril. Com 201 votos contrários à manutenção da paralisação e 179 a favor, além de 16 abstenções, a decisão foi tomada em assembleia realizada pela categoria. O retorno das atividades acadêmicas está agendado para a próxima segunda-feira, dia 10.
Durante o período de greve, os professores apresentaram diversas reivindicações, destacando-se o reajuste salarial, a reestruturação de carreira e a recomposição do orçamento da universidade.
Uma proposta do governo federal, anunciada em abril, ofereceu um aumento de 9% em janeiro de 2025 e mais 3,5% em maio de 2026, sem previsão de aumento para o ano de 2024. Essa proposta foi acordada com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação), mas não foi aceita pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).
Apesar do fim da greve dos professores, os trabalhadores técnico-administrativos em educação da UFMG continuam com suas atividades paralisadas por tempo indeterminado, em busca de atender às suas próprias demandas.
A decisão representa um revés para o presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Gustavo Seferian, que é professor adjunto do departamento de Direito da UFMG.
Recentemente, o governo, sob a gestão de Lula (PT), firmou um acordo com a Proifes, também sem a concordância do Andes, estabelecendo um reajuste salarial em duas parcelas: 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, além de promover a reestruturação na progressão da carreira, cujo impacto fiscal estimado é de R$ 6,2 bilhões em dois anos.
Por sua vez, o Andes insistia em um reajuste de 3,69% em agosto de 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026, recusando-se a assinar o acordo proposto pelo governo com base na alegação de falta de espaço orçamentário.
O Ministério da Educação (MEC) afirma que não há mais margem para negociação, tendo em vista as concessões já realizadas em 2024 para todos os servidores do Executivo federal, que incluíram reajustes nos benefícios como auxílio-alimentação, per capita da saúde complementar e assistência pré-escolar.