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O ex-policial Ronnie Lessa, preso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco, afirmou em delação premiada que buscava localizar a vereadora desde setembro de 2017. Marielle Franco foi assassinada em 14 de março de 2018. “Mais ou menos em setembro, nós coletamos os dados, pegamos o carro, armamento e começamos a ir a campo”, disse Lessa.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou um pedido de transferência do ex-policial para o complexo penitenciário de Tremembé, em São Paulo, e determinou a retirada do sigilo da delação.
Em sua delação, Lessa descreveu a dificuldade de monitorar o endereço da vereadora, localizado em uma área de difícil acesso, com policiais frequentemente presentes na calçada. “Era um lugar difícil de monitorar; o prédio não dispõe de estacionamento, o que complicava saber se o carro dela estava lá”, afirmou Lessa.
Lessa também afirmou que o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido) está ligado ao assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018. A citação ao parlamentar resultou na transferência do caso do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para o Supremo Tribunal Federal (STF), devido ao foro privilegiado do deputado.
Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa, apontados como mandantes do assassinato, foram presos em março em uma operação da Polícia Federal, com participação da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Domingos Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Segundo a delação de Lessa, Domingos teria encomendado o crime como vingança contra o ex-deputado estadual Marcelo Freixo e a ex-assessora dele, Marielle Franco, devido a disputas políticas no estado.