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O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, anunciou nesta terça-feira (11) a anulação do leilão do governo para compra de arroz importado. Segundo ele, um novo procedimento, “mais ajustado”, será realizado.
“A decisão de anular esse leilão e revisitar os mecanismos estabelecidos para esses procedimentos foi tomada após suspeitas de irregularidades no leilão para compra de 263 mil toneladas de arroz realizado na última quinta-feira (6). Com apoio da CGU e da AGU, pretendemos fazer um novo leilão, quem sabe em outros modelos, para garantir a contratação de empresas com capacidade técnica e financeira”, declarou Pretto em entrevista no Palácio do Planalto.
No leilão realizado, o governo federal aceitou que um pequeno supermercado, na região central de Macapá, fosse responsável por negociar mais da metade do valor negociado. A empresa ficaria responsável por entregar 147,3 mil toneladas do grão, em uma transação superior a 736 milhões de reais.
O governo decidiu importar arroz poucos dias depois do início das enchentes no Rio Grande do Sul. O estado é responsável por 70% da produção nacional do grão, mas já havia colhido 80% do cereal antes das inundações.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a compra visava evitar alta de preços diante da dificuldade pela qual o estado passava para transportar o grão para o restante do país. “Nenhum atacadista, naquele momento, tinha estoques para mais de 15 dias”, acrescentou Fávaro.
Ainda não há uma data definida para o novo leilão. A compra por parte do governo federal gerou críticas e um grupo de parlamentares apresentou um pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Arroz. Além disso, deputados da oposição protocolaram uma representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar indícios de fraude no certame.