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Ex-BBB Matteus Amaral explica autodeclaração racial em inscrição universitária

Divulgação/ TV Globo

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Matteus Amaral, vice-campeão do BBB 24, se pronunciou pela primeira vez sobre sua autodeclaração como preto para ingressar em uma faculdade no Rio Grande do Sul. Ele afirmou nas redes sociais que outra pessoa cometeu o erro ao realizar a inscrição.

No comunicado (leia a íntegra no final da reportagem), Matteus não detalhou quem seria a pessoa responsável pelo suposto erro.

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“A inscrição foi realizada por um terceiro, que cometeu um erro ao selecionar a modalidade de cota racial sem meu consentimento ou conhecimento prévio”, disse.

Matteus se autodeclarou preto para o ingresso no curso de Engenharia Agrícola. A informação consta no Edital nº 046/2014 e foi confirmada pelo Instituto Federal Farroupilha (IFFar) nesta sexta-feira (14). O caso ganhou repercussão após uma publicação nas redes sociais trazer o assunto à tona.

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O ex-BBB ainda disse que não teve a intenção de se beneficiar com o ingresso na universidade na reserva de vagas por políticas afirmativas.

“Lamento profundamente qualquer impressão de que eu teria buscado beneficiar-me indevidamente dessa política, o que nunca foi minha intenção”, afirmou no comunicado.

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Matteus expressou arrependimento “por quaisquer transtornos causados” e afirmou ter “compromisso contínuo em ser um defensor ativo da igualdade racial e social”.

O IFFar informou que “naquela época, de acordo com a Lei de Cotas de 2012, o único documento exigido para a inscrição nas cotas era a autodeclaração do candidato”. “Não havia mecanismo de verificação ou comprovação da declaração do candidato”, acrescentou a instituição.

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Conforme o IFFar, possíveis fraudes às políticas de ações afirmativas eram apuradas apenas se houvesse denúncia formal na Ouvidoria da instituição.

“Nesse caso, a questão poderia ser investigada internamente, por meio de um processo administrativo normal, que assegurasse ampla defesa de todas as partes. Nenhuma denúncia desse tipo foi feita na época”, sustentou.

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Em 2014, o curso de Engenharia Agrícola era ofertado pelo IFFar em parceria com a Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Com isso, as vagas disponíveis eram divididas entre as duas instituições federais.

“Conforme é possível verificar no suposto documento, ele teria sido emitido à época pelo IFFar e não pela Unipampa. Dessa forma, apenas o IFFar poderia dar essa resposta”, alegou a assessoria de comunicação da Unipampa.

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O curso deixou de ser ofertado pelo IFFar em 2021. No ano seguinte, Matteus ingressou na Unipampa em processo seletivo no qual participou via ampla concorrência, ou seja, sem acesso por reserva de vagas.

“A Unipampa reforça seu compromisso com a reserva de vagas, conforme estabelecido pela Lei nº 12.711/2012, alterada pela Lei nº 14.723/23, e por normas internas da Universidade, visando a democratização de acesso e das ações afirmativas que visam assegurar a equidade social”, afirmou a instituição.

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Durante o BBB, Matteus contou aos colegas de confinamento que abandonou os estudos para cuidar da avó, que estava doente na época. Ele trancou a matrícula no 5º semestre.

Matteus Amaral ficou em 2º lugar entre os finalistas do Big Brother Brasil (BBB) 24. Natural de Alegrete, cidade de 72 mil habitantes na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, ele ficou conhecido pela ligação que tinha com as tradições do estado, como a relação com o campo, músicas e costumes gaúchos.

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Além das premiações obtidas nas provas que venceu, Matteus conquistou R$ 150 mil com o 2º lugar no BBB.

Nota de Matteus:

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“Recentemente, surgiram informações de que, em 2014, fui inscrito no curso de Engenharia Agrícola no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha sob a modalidade de cotas para pessoas negras.

Esta nota tem como objetivo esclarecer as circunstâncias dessa inscrição e expressar minha posição a respeito.

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A inscrição foi realizada por um terceiro, que cometeu um erro ao selecionar a modalidade de cota racial sem meu consentimento ou conhecimento prévio. Entendo a importância fundamental das políticas de cotas no Brasil.

Por isso, lamento profundamente qualquer impressão de que eu teria buscado beneficiar-me indevidamente dessa política, o que nunca foi minha intenção.

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Reafirmo meu arrependimento por quaisquer transtornos causados e meu compromisso contínuo em ser um defensor ativo da igualdade racial e social. Agradeço a oportunidade de esclarecer este assunto e peço desculpas por qualquer mal-entendido que possa ter ocorrido.”

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