Brasil

Preso pela morte do pai e da madrasta, Gil Rugai é submetido a teste psicológico para possível soltura

Foto: Reprodução/TV Globo

Depois de relutar por quatro anos, Gil Grego Rugai, ex-seminarista de 41 anos, finalmente fez o teste de Rorschach, solicitado pela Justiça de São Paulo e pelo Ministério Público. Rugai, condenado a 33 anos e 9 meses de prisão pelo assassinato do pai e da madrasta em 2004, resistia a passar pelo exame, necessário para quem comete crimes violentos contra a família.

A informação é do jornalista Ullisses Campbell. O laudo é crucial para a concessão do regime aberto, permitindo que o réu cumpra pena em liberdade.

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Conhecido como “teste do borrão de tinta” entre os criminosos, o Teste de Rorschach envolve dez pranchas com manchas de tinta abstratas, das quais o paciente deve descrever o que vê, revelando aspectos inconscientes de sua personalidade, como agressividade e traumas. Embora controverso, o teste é amplamente utilizado e validado pelo Conselho Federal de Psicologia no Brasil.

O laudo pode revelar verdades ocultas e avaliar a inteligência e bloqueios emocionais do indivíduo. Na Justiça de São Paulo, é usado para avaliar o arrependimento e o potencial de reincidência de presos por crimes hediondos, pedófilos e parricidas.

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O teste de Rugai foi realizado pela psicóloga Mônica Evelyn Thiago, em 23 de maio, na penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, a P2 de Tremembé. A Sociedade Rorschach de São Paulo disponibilizará o resultado em até 60 dias. A expectativa é verificar a veracidade das alegações de Rugai, que nega ter matado Luiz Carlos Rugai e Alessandra de Fátima Troitin.

Segundo a sentença, Rugai desviou R$ 25 mil da empresa do pai e, ao ser descoberto, decidiu matá-lo junto com a madrasta. Luiz foi alvejado por seis tiros e Alessandra por três. No regime fechado, em 2010, Rugai fazia chá das cinco com colegas de cela e, em uma dessas reuniões, teria confessado estar cumprindo pena no lugar de outra pessoa, mas não revelou quem.

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Rugai sempre se negou a fazer o Rorschach. O Ministério Público insistiu no exame porque ele afirma ser inocente e planeja entrar com um processo de revisão criminal. Além disso, seu exame criminológico aponta comportamento egocêntrico, impulsividade, imaturidade e fantasias ligadas às suas necessidades pessoais. Ele foi diagnosticado com transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo (TPOC).

Para evitar o Rorschach, Rugai buscou um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), alegando constrangimento por uma decisão de juíza de primeira instância e afirmando que ficaria calado durante o exame. Em 6 de dezembro de 2023, o ministro Reynaldo Soares da Fonseca negou o habeas corpus, e Rugai não teve escolha.

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Preso pela primeira vez em 2004, Rugai entrou e saiu da cadeia diversas vezes. Em Tremembé, foi e voltou três vezes, ficando definitivamente para cumprir a pena a partir de fevereiro de 2016. Em novembro de 2021, foi promovido ao regime semiaberto e desfrutou das polêmicas saidinhas.

Agora, submetido ao teste de Rorschach, Rugai espera pelo regime aberto, para cumprir o restante da pena em liberdade, assim como Alexandre Nardoni, Daniel Cravinhos, Anna Carolina Jatobá e Suzane von Richthofen. A sentença de Rugai termina em 1º de junho de 2046.

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