Brasil

Polícia Civil de Goiás investiga drenagem ilegal de áreas de preservação por fazendeiros

Imagem: Polícia Civil

A polícia de Goiás está investigando a atuação de fazendeiros que têm drenado áreas de preservação para ampliar o plantio e a criação de animais.

Os policiais chegaram a uma fazenda em Aruanã, a 320 quilômetros de Goiânia, no momento em que uma escavadeira abria uma vala de aproximadamente 20 quilômetros de extensão. A polícia interrompeu a atividade e apreendeu a máquina.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Essa área ficava alagada durante a maior parte do ano, especialmente no período das chuvas, o que impedia a criação de gado e o plantio de grãos.

As investigações indicam que as valas foram abertas para drenar a água, secando o terreno e permitindo a expansão da pastagem e da agricultura. No entanto, isso é proibido, pois essas áreas são consideradas de preservação permanente.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

No Cerrado, as veredas são áreas onde a água do lençol freático superficial aflora no solo, funcionando como reservatórios naturais que estimulam o crescimento de buritis e palmeiras e abastecem lagos e lagoas, que eventualmente desaguam nos rios.

A pesquisadora da Universidade Federal de Goiás, Sybelle Barreira, alerta para os riscos de eliminar as áreas de veredas: “O dano é tão drástico – e a gente já viu isso aqui em Goiás – que eu não consigo reverter. E mesmo que a gente autue, mesmo que o produtor faça um termo de ajustamento de conduta, o dreno permanece lá, aquela abertura de área permanece. A fauna não vive mais lá, aquela microfauna, a fauna aquática”.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

A Polícia Civil identificou canais de drenagem em cinco cidades da bacia do rio Araguaia, um dos rios mais importantes e extensos do Brasil, mas que atualmente sofre com o assoreamento. Só nesta região de Goiás, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente está investigando 50 denúncias.

Além dos drenos, os fazendeiros também são investigados por desmatamento e uso do fogo para ampliar áreas de pastagem e cultivo.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

“Se você faz o desmatamento, faz as leiras, de repente vem o fogo, perde-se o controle do fogo, vêm os grandes incêndios aqui no Cerrado. É falta de pensar, falta de inteligência, falta de sabedoria de ver que estamos destruindo um patrimônio que é de todos”, lamenta Luziano Carvalho, delegado de meio ambiente de Goiás.

O Cerrado foi o bioma que mais perdeu vegetação no ano passado. Por hora, uma área do tamanho de sete campos de futebol é derrubada.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

“Não à toa, nós estamos vivenciando os extremos. O que eu estou fazendo aqui tem efeito, e esse é um efeito em cascata. Então, talvez ele pense: fora da minha cerca; eu faço aqui, mas para lá não vai ter efeito nenhum. Vai ter efeito imediato no produtor de baixo e o efeito vai chegar na cidade. Qualquer micro, dentro de uma microbacia, vai ter reflexo em todo Cerrado”, afirma Sybelle Barreira.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

© 2024 Todos os direitos reservados Gazeta Brasil.

Sair da versão mobile