Brasil

Número de afastamentos por vício em jogos digitais aumenta 360% em dois anos, diz Ministério

(Unsplash)

O número de pessoas que precisam se afastar do trabalho para tratamento psicológico devido ao vício em jogos digitais e online aumentou em mais de 300%. Embora o problema atinja todas as faixas etárias, os jovens são a maioria dos casos. Os dados são do Ministério da Previdência Social.

“Vai completar 22 anos e sete meses ao mesmo tempo que eu não jogo. Nunca mais joguei”, revelou uma pessoa que foi viciada em jogos, que preferiu não se identifica.

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Mesmo após tanto tempo longe dos jogos, as dívidas continuam. “O carro foi num dia, uma semana depois eu tinha perdido todo o dinheiro do carro. Tudo que tive de oportunidade, eu joguei, não teve jeito: dominó, baralho, caxeta, batidinha, bingo, maquininha, snooker, bilhar, eu jogava valendo”, complementou.

O vício alterou os planos de vida e adiou sonhos. “Eu gostaria de, após aposentar, ir morar no interior, ter uma propriedade, mas ficou tudo de lado.”

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Outro viciado, que também não quis ter a identidade revelada, relatou que perdeu mais de R$ 1 milhão em 10 meses em jogos. “Uma tia minha vendeu um apartamento na época para quitar as minhas dívidas”, contou.

Cinthia Bueno, especialista em segurança do trabalho, destacou que o vício afeta o desempenho profissional. “Ela perde a sua atenção, diminui a entrega, atrasa a sua chegada ao trabalho. Há um aumento do que chamamos de absenteísmo, a ausência do trabalho”, explicou.

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Com o acesso facilitado aos jogos, o número de empregados afastados do trabalho devido ao vício aumentou 360% entre 2021 e 2023, segundo o Ministério da Previdência Social.

“Existe o amparo para as pessoas viciadas nos jogos, não é como anteriormente as pessoas eram recriminadas”, disse Cinthia.

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Os dependentes, entrevistados pelo SBT Brasil, fazem parte da Jogadores Anônimos, uma irmandade que funciona em quase todo o Brasil e ajuda dependentes a abandonarem o jogo.

“Jogadores Anônimos é uma terapia de espelho, onde um fala para o outro como está conseguindo viver melhor, tendo uma vida longe do jogo, longe da primeira aposta. Pode vir jogando, o único requisito para pertencer à irmandade é o desejo de parar de jogar”, explicou um dos integrantes.

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A Jogadores Anônimos oferece apoio que o viciado não encontra em casa nem no trabalho. Os encontros presenciais ocorrem duas vezes por semana e as reuniões online são diárias.

“Eu entendi que sou doente. Antes, quando eu estava com vontade, não tinha para quem ligar. Agora eu tenho, só depende de mim”, relatou uma mulher que faz parte do grupo e preferiu não ter o nome revelado.

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Mesmo com pouco tempo após buscar ajuda, ela já sente a diferença. “Faz seis anos que eu não sento na mesa para almoçar com a minha família. Eu faço almoço, corro para o quarto, finjo que vou ver televisão, que eu não tô com fome. No tempo que eles estavam almoçando, eu ficava jogando. Domingo, eu consegui fazer um almoço, sentar, e eu sentei. Aí a minha neta de 14 anos me aplaudiu, então eu tô no caminho certo”, completou.

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