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A médica Cláudia Soares Alves, de 42 anos, suspeita de sequestrar uma recém-nascida no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), teve sua prisão mantida após audiência de custódia realizada nesta quinta-feira (25). A audiência ocorreu no Fórum de Itumbiara, em Goiás, onde a médica reside. Cláudia está detida no presídio de Orizona. A bebê foi resgatada e está segura com seus pais.
O advogado de defesa, Vladimir Rezende, alegou que sua cliente sofre de distúrbios psicológicos, incluindo transtorno afetivo bipolar, transtorno de ansiedade generalizada e transtorno do pânico, conforme laudo médico apresentado. Segundo o laudo, Cláudia tem crises recorrentes que afetam seu juízo crítico e compreensão das suas atitudes.
O processo foi colocado em segredo de Justiça, e não há mais detalhes sobre a audiência de custódia. A Universidade Estadual de Goiás (UEG) informou que Cláudia havia solicitado exoneração no início de julho, e, após a conclusão dos trâmites processuais, ela não fará mais parte do quadro docente da instituição. A universidade declarou:
“A propósito das informações solicitadas, a Universidade Estadual de Goiás informa que a professora Cláudia Soares teve sua exoneração a pedido encaminhada no início do mês de julho e, após concluídos todos os trâmites processuais, não fará mais parte do quadro docente da Universidade.”
A recém-nascida foi sequestrada na noite de terça-feira (23) na maternidade do HC-UFU. Cláudia foi presa na manhã de quarta-feira (24) no Jardim Morumbi, em Itumbiara, quando chegava em casa. Ela foi autuada em flagrante por sequestro qualificado. Durante a prisão, Cláudia justificou que está doente e faz uso de remédio controlado, mas permaneceu em silêncio em depoimento oficial.
O HC-UFU iniciou uma apuração interna sobre as circunstâncias do sequestro e está colaborando com a investigação policial. A médica usou um crachá da universidade, que também está apurando a responsabilidade e adotará “as tratativas cabíveis”.
Em 2019, Cláudia foi aprovada em primeiro lugar no concurso para professora efetiva da UEG e também leciona na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O SBT News entrou em contato com a universidade mineira, que ainda não se posicionou.
O delegado Carlos Antônio Fernandes informou que, em seu depoimento na Delegacia de Polícia Civil de Itumbiara, Cláudia afirmou ter feito uso de medicação, o que a levou a entrar no hospital e sequestrar o bebê. No entanto, ela não especificou qual medicação teria tomado.
Na casa da médica, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, foram encontradas diversas roupas de recém-nascido, um enxoval completo e uma cadeira de transporte para crianças.