Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Durante uma audiência pública da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em junho deste ano, o piloto Luís Cláudio de Almeida fez acusações graves contra a Voepass, alegando que a companhia aérea estava pressionando os pilotos para trabalharem fora de suas escalas e em seus dias de folga. O resultado, segundo Almeida, é um aumento significativo no risco de fadiga e, consequentemente, na possibilidade de acidentes aéreos. “Não queremos entrar nessa estatística”, enfatizou o piloto durante sua fala.
De acordo com o relato de Almeida, a pressão por parte da Voepass chegava a níveis preocupantes, com a empresa ligando para ele durante seus períodos de descanso. “A empresa, às vezes, me liga para fazer um voo: ‘Vai, vai que dá’”, afirmou. Almeida explicou que, apesar de recusar as solicitações por não estar escalado para trabalhar, a insistência era constante: “Vai, vai, vai que dá”. O piloto relatou situações em que recebia até oito ligações durante seu período de folga, obrigando-o a desligar o celular para evitar o assédio.
Além das questões relacionadas à carga de trabalho excessiva, Almeida destacou problemas adicionais, como a falta de alimentação adequada durante os voos e a ausência de transporte adequado para o deslocamento até o aeroporto, o que contribui para o desgaste físico e mental dos pilotos.
A fadiga psicológica também foi mencionada por Almeida, que afirmou que os pilotos frequentemente perdem momentos importantes com a família e amigos devido às demandas da empresa. “Não quero que vocês tenham um item na cabeça de vocês, crime. Ligarem um jornal e verem nós vítimas de desastres aéreos, ouvindo mayday, mayday. Não queremos entrar para essa estatística”, declarou.
Em resposta às acusações, a Voepass alegou que “cumpre com todos os requisitos legais, considerando jornadas e folgas”. No entanto, as preocupações levantadas por Almeida, juntamente com um recente acidente aéreo, colocam em xeque as práticas da empresa no que diz respeito à gestão da fadiga dos seus pilotos. A Anac e outras autoridades devem agora investigar essas alegações para garantir a segurança e o bem-estar dos profissionais da aviação.