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Nos últimos três anos, o Brasil registrou 15.101 mortes violentas intencionais de crianças e adolescentes. Em 2021, foram 4.803 vítimas entre 0 e 19 anos; em 2022, esse número aumentou para 5.354, representando um crescimento de 11,2%; e em 2023, foram 4.944 vítimas, o que indica uma queda de 7,6%.
Apesar da redução, o número ainda é alarmante, com uma média de 13,5 mortes por dia no último ano.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (13) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Embora a legislação brasileira defina adolescentes como pessoas com idade entre 12 e 19 anos, o estudo considera vítimas de até 19 anos.
Isso ocorre porque as faixas etárias analisadas correspondem às usadas nos registros do Sistema Único de Saúde (DataSus), que segue a determinação da OMS.
Do total de mortes no período analisado, 13.829, ou 91,6%, eram de pessoas com idade entre 15 e 19 anos. Desses, 90% eram meninos e 82,9% (ou 12,5 mil) eram negros. Em 2023, a taxa de letalidade para meninos negros de 0 a 19 anos foi de 18,2 por 100 mil habitantes, enquanto para meninos brancos do mesmo grupo etário foi de 4,1 por 100 mil.
Os pesquisadores destacaram que o risco relativo de um adolescente negro do sexo masculino ser assassinado no Brasil é 4,4 vezes maior do que o de um adolescente branco do sexo masculino.
Para meninas brancas na mesma faixa etária, a taxa de letalidade foi de 0,9 por 100 mil habitantes, o que significa que um menino negro tem 21 vezes mais chance de ser vítima de homicídio do que uma menina branca.