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Cadê os dados da alfabetização, Lula?

Sumaia Vilela / Agência Brasil

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Apesar de a alfabetização ser apontada como prioridade na gestão de Lula (PT) na área da educação, o Ministério da Educação (MEC) não divulgou os dados relacionados à principal avaliação federal dessa etapa.

A situação repete o ocorrido em 2018, durante o governo Michel Temer (MDB), quando a divulgação também foi fragmentada.

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Nesta quarta-feira (14), foram divulgados os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023 em uma coletiva de imprensa em Brasília.

O Ideb, que avalia o desempenho dos anos iniciais e finais do ensino fundamental e do ensino médio, é calculado com base no desempenho dos alunos nas provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e nas taxas de aprovação escolar.

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No entanto, além de não apresentar os dados de alfabetização, o MEC divulgou apenas médias gerais, deixando o acesso às informações por escola e município para o final da tarde do mesmo dia.

Embora o Ideb não seja calculado para o 2º ano do ensino fundamental, os alunos dessa série participam do Saeb, cujos resultados refletem a alfabetização das crianças. Contudo, o governo Lula optou por não divulgar esses dados no momento.

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Em meados do ano passado, o ministro da Educação, Camilo Santana, lançou um novo pacto de alfabetização com o objetivo de melhorar os resultados educacionais do país, prometendo inclusive que a prova do 2º ano seria censitária, ou seja, aplicada a todos os alunos, como ocorre nas demais séries. Porém, isso não se concretizou.

Apenas uma amostra de escolas realizou a avaliação no 2º ano, assim como aconteceu com uma prova de ciências para alunos do 9º ano, cujos resultados também não foram divulgados.

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O Saeb, instituído em 1990 e considerado a avaliação mais confiável da educação básica em termos técnicos e de comparabilidade, antecede o próprio Ideb, criado em 2007.

Em maio deste ano, o governo divulgou resultados de avaliações de alfabetização realizadas no final de 2023 por estados e processadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

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No entanto, técnicos do Inep questionaram internamente a confiabilidade desses dados, especialmente quando comparados ao Saeb, devido a possíveis diferenças nas condições de aplicação das provas e na quantidade de itens.

O governo, por sua vez, assegura a confiabilidade dos dados apresentados em maio, que foram anunciados em um evento com a presença de Lula como os “primeiros resultados” do novo pacto pela alfabetização.

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Entretanto, esses resultados não podem ser atribuídos às novas políticas federais, uma vez que as ações do programa só começaram a ser implementadas nas escolas neste ano.

Os dados indicaram que, no final de 2023, 56% das crianças estavam alfabetizadas, em comparação com 36% em 2021, durante a pandemia. Em 2019, esse percentual era de 55%. O governo estabeleceu a meta de alcançar 80% de alfabetização.

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O ministro Camilo Santana defendeu a avaliação realizada pelos estados, sugerindo que ela seja anual e censitária, mas destacou que são metodologias diferentes e que isso não impede o Inep de divulgar os resultados do Saeb.

Em 2018, o governo Temer também divulgou inicialmente apenas os resultados de aprendizagem que compõem o Ideb, deixando a divulgação completa para dias depois. Na época, a medida foi vista como uma estratégia para direcionar a repercussão pública a resultados mais favoráveis ao MEC.

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O pacto de alfabetização criado durante o governo Dilma Rousseff (PT) introduziu uma avaliação censitária para todos os alunos, aplicada em 2013 e 2014, mas interrompida em 2015 por falta de recursos.

Essa avaliação voltou a ser realizada em 2016, sendo a última vez em que uma prova censitária de alfabetização ocorreu, revelando que mais da metade dos alunos do 3º ano do ensino fundamental apresentava nível insuficiente.

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Em 2019 e 2021, no governo Bolsonaro, a avaliação foi retomada, mas novamente aplicada a uma amostra de escolas, com o 2º ano do ensino fundamental sendo a série avaliada, conforme previsto na Base Nacional Comum Curricular.

O Ideb, criado pelo Inep em 2007, mede a qualidade do aprendizado nacional e estabelece metas para a melhoria do ensino, sendo calculado para cada escola, município e estado, além de apresentar médias nacionais.

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