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A partir de 2042, a população brasileira começará a encolher, conforme as projeções divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (22). Atualmente com 203 milhões de habitantes, o Brasil deverá atingir 220 milhões em 2041. No entanto, a partir do ano seguinte, a população começará a diminuir, alcançando 199,2 milhões em 2070.
Essa previsão de mudança demográfica foi antecipada em seis anos em relação à projeção de 2018, que indicava um início de declínio populacional em 2048. A atualização ocorreu devido ao uso dos dados do Censo de 2022, que revelou uma população menor do que a estimada anteriormente, contrastando com a base do Censo de 2010 utilizada na projeção anterior.
Para calcular essas projeções, o IBGE considerou indicadores como taxa de fecundidade, expectativa de vida e migração. A principal razão para a diminuição da população é a queda na taxa de fecundidade, que caiu de 2,32 filhos por mulher em 2000 para 1,57 em 2023, bem abaixo do nível de reposição populacional de 2,1 filhos por mulher. Essa redução está associada a mudanças nos padrões familiares e nas decisões reprodutivas.
A idade média das mães também aumentou, passando de 25,3 anos em 2000 para 27,7 anos em 2020, com a expectativa de atingir 31,3 anos em 2070. Esse adiamento da maternidade contribui para a diminuição no número de nascimentos, que caiu de aproximadamente 3,6 milhões em 2000 para 2,6 milhões em 2022, e deverá reduzir ainda mais para 1,5 milhão em 2070.
Além disso, a expectativa de vida no Brasil está projetada para aumentar, com homens passando de 72,1 anos para 81,7 anos e mulheres de 78,8 anos para 86,1 anos até 2070. A diferença de longevidade entre os sexos diminuirá de 6,7 anos para 4,4 anos.
Com menos filhos e uma vida mais longa, a idade média da população brasileira subirá de 34,8 anos para 51,2 anos em 2070. Esse fenômeno não é exclusivo do Brasil, sendo também observado em países como Japão e na Europa, que já enfrentam desafios com populações majoritariamente acima dos 60 anos.
No Brasil, Rio Grande do Sul e Alagoas serão os primeiros estados a registrar redução populacional, com a diminuição começando em três anos. O Rio de Janeiro seguirá a tendência a partir de 2028. A migração para outros estados e a queda na taxa de fecundidade contribuem para essa mudança, segundo Márcio Mitsuo Minamiguchi, gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE.
Mato Grosso será o único estado a manter sua população crescente até 2070, devido à sua taxa de fecundidade relativamente alta e ao fluxo migratório positivo. As projeções indicam mudanças na ordem de tamanho dos estados, com São Paulo permanecendo o mais populoso, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro. Estados como Roraima e Ceará verão mudanças significativas em sua posição populacional, e Mato Grosso avançará na classificação nacional.