Brasil

RO: Seca extrema do Rio Madeira mata peixes e deixa ribeirinhos sem água

Foto: Criador de Imagens Bing

A severa seca que atinge o estado de Rondônia (RO) tem levado ribeirinhos a enfrentarem desafios significativos para encontrar água potável. Porto Velho, por exemplo, está há 3 meses sem chuvas significativas, conforme relatado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

O Rio Madeira enfrenta os piores níveis registrados em quase 60 anos, com julho e agosto de 2024 sendo os mais críticos desde o início das medições.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

A crise hídrica na região amazônica é intensificada por dois fatores principais: o aquecimento anômalo do Oceano Atlântico Norte em comparação ao Atlântico Sul e o fenômeno El Niño, que retarda o início da estação chuvosa e enfraquece as chuvas iniciais.

Os relatos de moradores das comunidades ribeirinhas revelam a gravidade da situação. “O peixe tá sumindo, o plantio não tá produzindo, o sol é muito quente, a seca tá muito grande”, afirma um residente. Outro morador destaca a falta de água e comida devido ao desaparecimento dos peixes, que são a principal fonte de alimentação.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

A Defesa Civil Municipal indica que as comunidades ribeirinhas são as mais afetadas pela seca. Sem acesso a água encanada, os ribeirinhos dependem de poços amazônicos, que secaram devido à estiagem prolongada. Na Comunidade Brasileira, no Baixo Madeira, o único poço da região, com 8 metros de profundidade, secou completamente, deixando os moradores sem acesso a água limpa.

Em Mutum, a 50 km da zona urbana de Porto Velho, os residentes precisam percorrer mais de uma hora de barco para acessar água potável. A seca extrema do Rio Madeira tem dificultado ainda mais esse trajeto, que é feito várias vezes por semana.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

A situação é crítica em Terra Firme, também no Baixo Madeira. Os moradores enfrentam uma caminhada de quase 30 minutos para chegar ao rio devido ao surgimento de bancos de areia. A escassez de água é agravada pela secagem dos bancos de areia e pela dificuldade das mangueiras de drenagem alcançarem o restante da água.

Severino Pantoja de Souza, morador de Mutum, relata que ele e outros residentes enfrentam a necessidade de percorrer longas distâncias para obter água limpa em comunidades vizinhas. “Eu trago 50 litros de água em cada viagem, mas não dura a semana toda”, explica.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Desde julho, o Rio Madeira tem apresentado os menores níveis desde 1967, quando começaram as medições pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). Em 23 de agosto, o rio atingiu a cota média de 1,80 metro em Porto Velho, a menor média do ano até o momento. Em julho, o rio registrou uma sequência de recordes negativos, com níveis muito abaixo do esperado.

De acordo com Marcus Suassuna, engenheiro hidrólogo e pesquisador do SGB, a tendência é que o nível do rio continue a cair e a ultrapassar mínimos históricos devido à seca extrema.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Porto Velho tem enfrentado uma falta prolongada de chuvas significativas desde 25 de maio. Desde então, foram registradas apenas três precipitações isoladas com volume muito baixo.

A seca não afeta apenas o Rio Madeira. Segundo a Defesa Civil, sete rios da região apresentam níveis abaixo da média e próximos da mínima histórica para a época do ano, conhecida como o verão amazônico. O Rio Jaru, que banha a cidade de mesmo nome, secou a ponto de permitir a travessia a pé em alguns trechos.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Imagens mostram que, em alguns pontos, é possível ver a areia do fundo e as pedras do rio, embora a Defesa Civil ressalte que o volume de água pode variar devido à topografia do rio.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

© 2024 Todos os direitos reservados Gazeta Brasil.

Sair da versão mobile